Com o centro da cidade “lotado” Macau procura um equilíbrio entre o fluxo de turistas e os habitantes locais
A cidade “não se pode queixar de falta de turistas”, mas, defende a diretora dos Serviços de Turismo de Macau, o “centro” está lotado e há que dinamizar outros pontos da cidade e novos mercados.
“O turismo está a andar bem. Não nos podemos queixar que não temos turistas. Claro que neste momento o que é necessário é pensar como fazer um melhor trabalho para satisfazer os nossos turistas em termos de procura e em termos de qualidade de serviços para eles”, disse Helena de Senna Fernandes.
A mesma responsável acrescentou que o turismo de Macau tem agora um novo desafio pela frente, que passa por atender aos “sentimentos das pessoas locais”.
“Daqui para a frente, o que é necessário é ver qual a possibilidade de balancear um bocado a nossa procura de turistas e as pessoas locais”, disse ao salientar que o “tema não é fácil, mas tem de ser enfrentado”.
Helena de Senna Fernandes recordou os sinais diferentes da comunidade local, lembrou que na China “estão a pensar em alterar a maneira de tirar férias”, mas uma solução vai sempre “demorar algum tempo” para que as pessoas se adaptem a uma nova ordem.
Do lado de Macau, afirmou, os esforços concentram-se em novos mercados da Ásia, mas também da Rússia, Índia, entre outros.
“Temos de diversificar a nossa fonte de turistas e para diversificar esta fonte temos de fazer mais além dos nossos territórios vizinhos. É um desafio, mas temos de fazer”, considerou.
Com um recorde de mais de três milhões de visitantes em agosto, Helena Senna Fernandes disse também que, ao olhar para as zonas centrais de Macau, o “sentimento geral” é que há “turistas a mais”.
“Mas há outras zonas que poucos turistas visitam. Por isso acho que temos de fazer é balancear um bocado a distribuição dos turistas e dar uma oportunidade a outras zonas da cidade para também mostrar aos turistas”, disse à Lusa.
Com o “turismo e comunidade” a vincar o lema do Dia Mundial do Turismo, que hoje se assinala, Helena de Senna Fernandes quer mais esforços e mais trabalho com a população de Macau para “desenvolver melhor todas as zonas de Macau como pontos turísticos”.
Por isso, salientou, um dos grandes desafios é desviar os turistas das zonas mais centrais e levá-los a conhecer outros pontos de interesse. “Por um lado é necessário fazer desvio de turistas das zonas mais centrais e por outro há muitas zonas de Macau que não são bem aproveitadas para acolher os turistas. Há esta possibilidade de trabalhar mais em consonância com a comunidade”, afirmou.
Com a capacidade turística de Macau no limite, Helena de Senna Fernandes quer também turistas que fiquem vários dias e não apenas excursionistas que permanecem no território menos de um dia. Macau acolheu em 2013 quase 30 milhões de visitantes.