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Reformas económicas são “sinal muito positivo” na abertura ao investimento estrangeiro

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou que Pequim estuda mais reformas na abertura do país ao investimento estrangeiro. “Um sinal muito positivo”, afirma João Pedro Pereira, presidente da PorCham Greater China, dado que se fala na “expansão das áreas abertas ao investimento” e “isenção de taxas e tarifas”

Guilherme Rego

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, avançou no domingo que o país se prepara para facilitar o investimento estrangeiro no país. As declarações foram feitas no Fórum de Desenvolvimento da China 2024, em Pequim, que de 24 a 25 de março contou com vários líderes empresariais estrangeiros e decisores políticos nacionais.

A diretora do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, apelou à China para que implementasse “um pacote abrangente de reformas pró-mercado”, para estimular a economia e contrariar os desafios relacionados com a crise do imobiliário e desemprego jovem. “A China encontra-se perante uma bifurcação: ou confia nas políticas que funcionaram no passado, ou reinventa-se para uma nova era de crescimento de alta qualidade”.

“Estamos convencidos de que uma China mais aberta trará mais oportunidades de cooperação win-win para o mundo”

Li Qiang, primeiro ministro chinês

Li afirmou que o Governo chinês está a estudar “cuidadosamente” algumas das questões frequentemente levantadas pelas empresas estrangeiras, incluindo o acesso ao mercado, os concursos públicos e o fluxo de dados transfronteiriço. “Algumas das questões foram praticamente resolvidas e para as que não foram estamos a trabalhar em soluções”, afirmou, dois dias depois de a China ter já flexibilizado os controlos de segurança para o fluxo de dados transfronteiriços.

“Estamos convencidos de que uma China mais aberta trará mais oportunidades de cooperação win-win para o mundo”, afirmou, dando “as boas-vindas às empresas de todo o mundo para investirem e desenvolverem a sua atividade” no país.

Prova de boa fé

João Pedro Pereira, presidente da PorCham, uma plataforma para empresas do universo sino-lusófono, vê com muito bons olhos os esforços preconizados pelo Governo chinês. “Foi anunciado que a China pretende reduzir as áreas de investimento onde o acesso de capital estrangeiro não é permitido, assim como a eliminação de restrições ao capital estrangeiro no setor produtivo. Para empresas que estejam a reinvestir na sua produção, será possível importar equipamentos fabricados fora da China com isenção de taxas e tarifas”, destaca.

Ao mesmo tempo, “anunciaram a expansão das áreas abertas ao investimento estrangeiro e a lista de projetos de investimento estrangeiro, a facilitação do acesso ao mercado de trabalho dos talentos estrangeiros e das respetivas residências permanentes”, assinala. Medidas que, a seu ver, são “de fundo” e “um sinal muito positivo”. A China “demonstra que quer continuar a ser a fábrica do mundo e um polo de dinamismo da área financeira mundial”, conclui.

Multinacionais apoiam reformas

O fórum reuniu 400 pessoas, incluindo peritos nacionais e estrangeiros, empresários, funcionários governamentais e representantes de organizações internacionais, sendo que é um dos poucos locais onde líderes empresariais estrangeiros podem interagir com os dirigentes estatais chineses.

“A China demonstra que quer continuar a ser a fábrica do mundo e um polo de dinamismo da área financeira mundial”

João Pedro Pereira, presidente da PorCham Greater China

O evento ocorreu numa altura em que Pequim redobra os esforços para reavivar a confiança na economia chinesa, tanto a nível interno como externo. Das multinacionais que se fizeram representar, várias foram as que reasseguraram a confiança no mercado chinês. “A L’Oreal vai continuar a investir na China. Acreditamos que investir na China é investir no futuro”, afirmou Nicolas Hieronimus, diretor executivo da gigante de cosméticos sediada em França. Pascal Soriot, diretor executivo da biofarmacêutica britânica AstraZeneca, disse que a empresa está presente na China há mais de 30 anos e que o país se tornou o seu principal motor de crescimento a nível de receitas. “A China é absolutamente fundamental para o crescimento mundial. Se a China não crescer, o mundo não cresce”, comentou Antoine de Saint-Affrique, diretor executivo da Danone, uma multinacional de produtos alimentares e bebidas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, também manifestara o interesse da China pelo investimento estrangeiro e empresas de alta tecnologia na semana passada, numa visita à BASF Shanshan Battery Materials, uma empresa sino-alemã que produz materiais para baterias de lítio, na província central de Hunan.

O ministro do Comércio, Wang Wentao, também se reuniu recentemente com uma série de executivos de topo do setor tecnológico, financeiro e farmacêutico, incluindo Tim Cook, da Apple, bem como com os diretores executivos das empresas norte-americanas de chips Qualcomm e Micron, e do produtor sul-coreano de semicondutores, SK Hynix.

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