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Equilíbrio em tripé

Paulo RegoPaulo Rego*

O estudo recentemente publicado pela da Universidade de Berkeley surpreendeu a comunidade académica em geral e os estudiosos da interculturalidade: 1.6 milhões de pessoas em todo o mundo surgem comprometidos com a cultura de Macau. Não se trata da cultura macaense, no sentido étnico, mas antes de uma visão alargada do que representa uma cidade trilingue, com o valor de uma identidade histórica e insubstituível. Como santos de casa não fazem milagres, essa consciência é por vezes mais difícil de perceber em Macau do que no resto do mundo.

O anúncio da extensão da linha de metro para a Ilha da Montanha é uma boa notícia para uma cidade nesta altura demasiado fechada sobre si própria e com a necessidade de estender o seu raio de ação, do ponto de vista da economia, mas também da mobilidade cultural. A Grande Baía, projeto central tantas vezes desdenhado, faz o seu caminho inexorável, com vantagens e desvantagens que urge gerir por uma cidade que não pode nem quer estar isolada do país ao qual pertence.

A conferência organizada pelo Instituto Politécnico de Macau – A Área da Grande Baía e a Cooperação Académica Sino-Lusófona – é um sinal de clarividência da instituição, que há muito revela a consciência de que as relações sino-lusófonas fazem parte da identidade local, mas também de um desígnio político tantas vezes mal percebido localmente.

No equilíbrio deste tripé – autonomia identitária, integração regional e relações lusófonas – está o segredo do sucesso pós-covid. Assim haja essa consciência política, no respeito pela interculturalidade e na formatação da estratégia de diversificação económica. Somadas, não por oposição nem em conflito.

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