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“Não há maior propriedade cultural que a própria língua”

Ricardo Oliveira Duarte

O autor de ‘Viagens’ falou dos tempos em que as começou a fazer, aos 13 anos, sozinho, e de como isso lhe mudou a vida. Numa conversa que teve como ponto de partida o Português, não faltaram o Brasil e África, a Cultura e a Política.

Elege a palavra “silêncio” como uma das preferidas da Língua Portuguesa – “É uma palavra bonita, que remete para o interior e para um espaço, por exemplo, de literatura” – mas também gosta muito de “bosque”. Foi em torno da Língua que boa parte da conversa com o músico Pedro Abrunhosa se desenrolou, foi ela o mote deste encontro virtual.

Falou-se de literatura, de Pedro Abrunhosa ter começado a ler Jorge Amado na adolescência, do gosto dele por Shakespeare e da carta de Pêro Vaz Caminha, que “lida em voz alta tem silêncios implícitos”. De viagens, e de como o músico se fez à estrada, de mochila às costas, pela primeira vez, nas férias, sozinho. “Isso permitiu-me desmistificar o conceito muito luso de que o estrangeiro é melhor”. E de Angola, Cabo Verde e do Brasil, de nacionalismos bacocos e de Cultura: “Não há maior propriedade cultural que a própria língua.”

Pedro Abrunhosa, hoje com 59 anos, “escolheu desde sempre o caminho mais difícil” pode ler-se na biografia, que vale muito a pena ler, no site oficial: “aos 16 anos estudava Análise, Composição e História da Música com Álvaro Salazar e Jorge Peixinho na Escola de Música do Porto e, posteriormente, com Cândido Lima no Conservatório”. Fundou a Escola de Jazz do Porto e com o passar dos anos acabou por viajar até ao rock, ainda que sempre cheio de jazz, no primeiro álbum que lançou. ‘Viagens’ terá vendido perto de 250 mil exemplares e o segundo trabalho, ‘Tempo’, vendeu, em apenas dois meses, 200 mil cópias. Lançou muitos outros álbuns e deu milhares de concertos.

A tal biografia que está no site oficial do artista remata o perfil assim: “Pedro Abrunhosa, viajante, escritor, homem de palco por excelência é na estrada que se reencontra. Agora não leva a mochila nem vai sozinho. Na bagagem as Canções e, por companhia, o imenso público que arrasta.”

Esta entrevista/conversa aconteceu a convite de um projeto de Rádio que nasceu em Salvador, na Bahia, Brasil, totalmente idealizado e realizado por radioamadores. Trata-se de um grupo de pessoas dos mais diversos campos profissionais que se juntaram em torno da Língua Portuguesa. A emissão da Rádio Nova da Língua Portuguesa é online, e no site pode ler-se ao que vem o grupo: “Sabemos que existem milhares de emissoras de rádio pelo mundo afora, mas esta rádio foi pensada para difundir a diversidade de culturas que existem nos países lusófonos, nos desafios que enfrentam os migrantes lusófonos, evidenciando as particularidades dos vários comportamento, crenças, conhecimentos, costumes, tradições, valores intelectuais, morais, espirituais, atividades, artes, ciências, lugares, viagens, etc., etc., através de música, debates, crônicas, entrevistas, eventos, de contraditório e tantas outras histórias que possam ilustrar essa imensa diversidade em total liberdade e responsabilidade e, assim, contribuirmos para um mundo mais formado, informado e inclusivo.

A RNLP é feita por lusófonos, cheios de sotaques, regionalismos e naturalidades distintas, mas que têm amor à liberdade, à língua portuguesa, ao que fazem e ao processo evolutivo que ocorre após o conhecimento.

Dirigimos este projeto a todos os que gostam de histórias diferentes, esclarecedoras, sejam eles amantes, falantes ou migrantes da língua portuguesa.

Oiça aqui: https://www.rnlp.me

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