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Semana Dourada “apela” a novas medidas

Johnson Chao

O vice-presidente da Associação Comercial de Macau, Vong Kok Seng espera que o Governo local venha a adotar novas medidas de controlo de fronteiras para atrair mais turistas da China continental à cidade.

O responsável comentava ao PLATAFORMA os dados finais de entrada de visitantes em Macau durante a chamada “Semana Dourada Nacional”, na primeira semana deste mês.

No período entraram em Macau 139.280 visitantes, um valor 85 por cento inferior ao registado em 2019 durante a “Semana Dourada”, uma média inferior a 20 mil turistas por dia. 

Vong Kok Seng reconheceu, contudo, que era de esperar uma grande diferença no número de visitantes durante a semana nacional deste ano, quando comparada com a do ano passado.

O vice-presidente da Associação Comercial de Macau lembrou que, na atualidade, é apenas permitida a emissão individual de vistos para entrada no território a visitantes de 49 cidades chinesas, excluindo as viagens em grupo, uma condição que considerou afetar significativamente o número de turistas no território.

“As viagens em grupo não fazem parte das visitas das 49 cidades aceites. Se Macau aceitasse também excursões o número de visitantes seria muito maior”, atirou.

O dirigente associativo salientou igualmente o imperativo de apresentação, para quem entra, de um teste negativo de ácido nucleico, valido por sete dias, admitindo que isso também contribui para diminuir o interesse de turistas em visitarem Macau.

“Esta obrigatoriedade faz com que os turistas não venham a Macau quando querem, além de que o prazo de validade do teste pode não ser o mesmo do dos vistos, fazendo com que não possam tirar total partido do período de sete dias”, disse. 

Muitos chineses do continente viajam para outras cidades do país, onde não necessitam de fazer os testes, apenas Macau o exige, o que torna a sua visita pouco conveniente”, explicou, acrescentando que um alargamento do prazo de validade do teste de ácido nucleico iria trazer mais visitantes à cidade. 

Para Vong Kok Seng, as rendas são um grande fardo para pequenas e médias empresas e muitas esperavam por isso que durante a pandemia os valores fossem reduzidos. O responsável da Associação Comercial de Macau assinalou ainda que o valor das rendas representam uma grande pressão sobre as empresas num período em que o negócio não é o melhor.

“Estamos todos cientes do atual estado do comércio e o ideal seria uma diminuição nos custos das rendas. Porém os senhorios podem sofrer com essa decisão. Precisamos todos de ser mais compreensivos. Temos de nos ajudar uns aos outros”, defendeu. Na opinião de Vong Kok Seng o pior período da pandemia já passou, a situação em Macau já está estável e o mercado deve continuar a melhorar no futuro, considerou, acreditando que o país irá oferecer apoio à cidade.

Quando questionado se a procura interna será suficiente para suportar as pequenas e médias empresas de Macau, Vong Kok Seng classificou a resposta com é “extremamente difícil”.

“Macau teve cerca de 40 milhões de visitantes em 2019, com uma média de 110 mil por dia. Na passada semana nacional, a média foi de apenas 20 mil visitantes diários, ou seja, uma diferença de 90 mil quando comparado com igual período do ano passado. O mercado de Macau sente a diferença”, disse.

Sendo que os turistas que visitam a Macau são grandes consumidores nas áreas da restauração, alojamento e compras, isso contribui largamente para a indústria de serviços. Essa é a principal fonte de rendimento externo da cidade, e se esta apenas depender de consumo local “haverá um grande impacto a longo prazo”, conclui. 

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