O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou na terça-feira um programa de infraestrutura que ampliará a rede de internet no norte do país e que beneficiará nove milhões de pessoas que vivem na vasta região da Amazónia
O programa será apoiado por investimentos de cerca de mil milhões de reais (155 milhões de euros, no câmbio atual) e permitirá a instalação de redes de fibra ótica submarinas, que percorrerão os rios amazónicos ao longo de 10 mil quilómetros.
“Às vezes não damos a devida importância ao que temos”, disse Bolsonaro, referindo-se ao facto de que nas regiões mais ricas do país a internet já é uma realidade “há muitos anos”, mas continua ausente nas áreas mais pobres, como a própria Amazónia.
Segundo o chefe de Estado, que defende a exploração das riquezas amazónicas, é necessário integrar aquela que é a maior floresta tropical do mundo com o resto do país, para tornar realidade um dos lemas do Brasil: “A Amazónia é nossa”.
Bolsonaro frisou que o programa será realizado com “recursos próprios”, apesar das dificuldades económicas que o Brasil atravessa.
“Se um dia precisarmos de recursos de outros países, podemos até aceitá-los, mas será de países que tenham os mesmos ideais de liberdade e democracia”, disse o Presidente, que acumula várias polémicas com Governos estrangeiros devido às suas políticas ambientais, consideradas agressivas.
O ministro das Comunicações do Brasil, Fábio Faria, concedeu alguns detalhes sobre o programa, garantindo que “resolverá o problema de cerca de 25% dos 40 milhões de brasileiros que não têm acesso à internet”.
Segundo o ministro, entre eles estão “as crianças que hoje, devido à pandemia (do novo coronavírus), não podem estudar e as pessoas que não conseguem falar com os familiares” devido às restrições impostas pela crise de saúde provocada pela covid-19.
Com um olhar no futuro, o governante afirmou que juntamente com as redes de internet chegará também a televisão digital, que até agora é “exclusiva” das regiões mais desenvolvidas do país.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também participou no evento de apresentação do programa, tendo destacado que a iniciativa irá “facilitar o acesso à Justiça”, que em quase todo o país opera com sistemas digitais.