O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pediu hoje a criação de uma comissão de inquérito parlamentar ao ataque de sexta-feira contra o deputado guineense Marciano Indi.
“Tratando-se de um assunto ligado à segurança pública e dos eleitos do povo, que deve preocupar a Assembleia Nacional Popular, o grupo parlamentar do PAIGC concluiu que se torna necessária a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar as circunstâncias em que ocorreu o rapto e espancamento do deputado da Nação e apurar responsabilidades”, refere o partido no pedido.
O pedido foi feito numa carta enviada pelo grupo parlamentar do PAIGC ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá.
O deputado Marciano Indi, da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) foi raptado e espancado na sexta-feira por um grupo de desconhecidos, mas acabou por ser libertado, depois da intervenção do presidente do parlamento nacional.
Marciano Indi é conhecido pela sua posição crítica face ao atual poder na Guiné-Bissau, nomeadamente o líder da APU-PDGB e primeiro-ministro, Nuno Nabian, com quem se incompatibilizou de forma aberta.
Indi tem defendido a continuidade do seu partido no acordo de incidência parlamentar assinado com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em março passado, para desta forma criar uma maioria no parlamento.
O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.