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Painel Digital discute caminhos da economia para superar a crise do coronavírus no Brasil

Os efeitos da pandemia de coronavírus no Brasil e no mundo atingem, principalmente, a saúde das populações, mas há ainda impactos econômicos cujas dimensões são desconhecidas. É preciso debater que caminhos tomar para aliviar as consequências e tentar acelerar uma retomada, que não será fácil. Para conversar sobre o assunto,

Para José Roberto, a crise, embora seja de saúde, imediatamente está levando à recessão devido a uma parada súbita de atividades que movimentam a roda da economia. “Foi o que ocorreu [na crise de] 2008, mas dessa vez não há o que se possa fazer em curto prazo. Nesse sentido, essa é a pior de todas as ameaças”, definiu.

O economista pontua que a parte mais difícil será a de retomar investimentos no País. “A construção civil estava se recuperando depois de anos penosos, voltando a tomar forma e, abruptamente, todos os lançamentos de móveis foram adiados por pelo menos dois meses. Essa parte de investimento sofrerá mais.”

Alexandre Schwartsman considera que as medidas do governo federal para o contratempo, como, por exemplo, R$ 40 bilhões – em dois meses – para cobrir salário do trabalhador de pequenas e médias empresas, pode ajudar, mas há muito mais o que fazer.

“Para a questão da folha de pagamento, veio no tamanho certo”, avaliou. “Mas é preciso lembrar que as despesas de uma empresa vão além do pagamento de salários. Tem aluguel, energia, fornecedores; as empresas vão precisar de mais ajuda”.

Uma das propostas apontadas pelo economista é retirar a proibição do Banco Central de fornecer crédito somente ao setor bancário. “Tem que fazer esse crédito chegar mais na ponta, provendo capital de giro, e garantindo ao máximo que essas empresas sobrevivam. Mais para frente, veremos o desaparecimento dessas empresas, principalmente do setor de serviços”, avalia.

Para Schwartsman, o setor que mais tem chances de recuperação é o agronegócio. “É uma atividade que não tem aglomeração de gente, a receita é em moeda forte e o crescimento do dólar ajuda o setor.”

O economista também avaliou o voucher de R$ 600 para trabalhadores informais, que foi aprovado pela Câmara e pelo Senado e deve ser sancionado pelo governo federal. “Para o trabalhador formal, ainda há uma rede de proteção, como o seguro-desemprego, que ajuda a segurar um pouco as contas, mas para o informal, é preciso criar uma rede de proteção especial. O valor de R$ 600 por cabeça não resolve tudo. O trabalhador informal tirava, em média, R$ 1,5 mil por mês. O que não pode é deixar essas pessoas passarem fome. Isso é inadmissível”, acrescentou.

Medidas do governo

Outro pilar importante, quando a crise passar, é entregar mais rápido as reformas que estão na fila de apreciação do Congresso, como a reforma tributária e administrativa. “Reformas não resolvem caso de Covid-19, não criam respirador, mas lá na frente, quando tivermos uma dívida muito maior, elas serão muito mais importantes do que já eram antes do coronavírus”, pontua o economista.

Outro ponto levantado por Alexandre são medidas mais rígidas de contenção de gasto, por exemplo, que poderiam ser apreciadas quando a pandemia passar.

“Sem isso, nós podemos ter o retorno de problemas antigos, como a inflação. Isso não está no horizonte agora, mas olhando para um cenário em que não se consegue lidar com o endividamento, no qual não é mais possível sustentar a taxa de juros, aí teremos um problema inflacionário sério daqui a alguns anos”, alertou.

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