Início Opinião O desfile militar chinês e o míssil americano LGM-30 Minuteman

O desfile militar chinês e o míssil americano LGM-30 Minuteman

No 70º aniversário do nascimento da Nova China, foi organizada uma imensa parada militar onde foram exibidas muitas das mais sofisticadas armas do país. Este espetáculo e demostração de armas tornou difícil para a China, ainda em desenvolvimento, negar que é uma grande potência. A capacidade militar chinesa está agora em posição de liderança a nível mundial, apenas com os EUA a superar o país em alguns aspetos. Porém a China está também agora a desenvolver algumas armas que nem mesmo os EUA possuem, muitas de alto nível, com duas particularmente capazes de surpreender o lado americano. Estas armas são o míssil DF-17 e o míssil DF-41, avaliado pelos EUA como capaz de alcançar a maior distância do mundo. Mas como é que estas armas impressionaram os americanos? Após terem sido reveladas durante o desfile militar de Pequim, os EUA fizeram duas coisas: primeiro, apontaram um novo Vice-Secretário Adjunto de Defesa para a China, noticiado pela “Defence News” no passado dia 2 de outubro. Este novo Vice-Secretário será o “conselheiro-chefe do Departamento de Defesa para assuntos relacionados com a China, único centro para controlo e desenvolvimento de políticas e estratégia de defesa nacional relacionadas com a China”, sendo assim o único posto entre 21 a estar dedicado a um único país. O facto de os EUA terem anunciado este posto tão repentinamente foi algo claramente influenciado pelo desfile militar chinês, ou, por outras palavras, a demonstração chinesa acelerou a criação deste cargo. É exatamente esse o objetivo do Departamento de Defesa americano, monitorizar a China e desenvolver formas de a controlar. 

Em segundo lugar, também no dia 2 de outubro, os EUA levaram a cabo um teste do míssil intercontinental LGM-30 Minuteman, apenas um dia depois de a China ter revelado o seu. Segundo o que foi noticiado, o lançamento aconteceu às 16 horas e 13 minutos (hora de Pequim) do dia 2 de outubro na Base da Força Aérea de Vandenberg no estado da Califórnia. 

No entanto, o Comando de Ataque Global da Força Aérea americana afirmou que este teste não foi uma resposta a atuais conflitos internacionais. Os EUA não têm nenhum míssil intercontinental de terra para além deste, e segundo os media, o país tem 450 deste modelo. Mas então por que razão o país foi testar um míssil capaz de atingir uma distância de 12 mil quilómetros? Claramente isso se deve ao facto de a China ter demonstrado que tem poder suficiente para fazer com que os EUA necessitem de utilizar um LGM-30 Minuteman. Querem mostrar mais uma vez o seu poder ao mundo, mas porquê? Porque a China está a revelar a sua presença militar, pondo pressão sobre os EUA. Os próprios peritos do país afirmaram que o míssil chinês DF-41 é capaz de atingir uma distância de 15 mil quilómetros, inigualável a nível mundial. No passado foram os EUA que exerceram pressão sobre a China e levaram a que o país respondesse, mas agora a situação inverteu-se. A demostração militar chinesa levou a que os EUA imediatamente testassem o seu míssil intercontinental LGM-30 Minuteman.  

David Chan 18.10.2019

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