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A elite desportiva macaense

Nos últimos 50 anos, inúmeros membros da elite desportiva chinesa já passaram por Macau em visita ou para realizar competições, intercâmbios ou demonstrações. A sua chegada causou sempre uma febre desportiva entre os macaenses, trazendo uma nova vitalidade ao mundo do desporto em Macau, e muita da elite desportiva macaense nasceu no seio desta onda de entusiasmo.

No tempo da “Diplomacia do Ping-Pong” da China, em Macau o ténis de mesa também evoluiu de forma extremamente dinâmica, dando origem a uma série de peritos da modalidade como Choi Chi Keong, Kuong Keong, Cheong Man e Cheong Chong; ou, na categoria feminina, Kan Pui Heng, Chek Mei Keng,Lam Man, Lam Kei  e Lei Man.

Há 50 ou 60 anos atrás, Macau era ainda uma pequena cidade economicamente atrasada, com uma população de pouco mais de 200.000 pessoas. No entanto, em termos desportivos, a cidade era extremamente próspera. Embora alguns estudos apontem que o desporto se desenvolveu relativamente tarde nas escolas macaenses, estes omitem que algumas escolas em Macau logo desde a sua criação estabeleceram o desporto como um dos alvos de ensino. Trata-se, por exemplo, da Escola Sam Yuk, situada perto do Albergue da Santa Casa da Misericórdia na Rua Nova de S. Lázaro, cujo nome “Sam Yuk” se refere aos “três ensinos” (moral, intelectual e físico), ou a Escola Confucionista fundada há 100 anos atrás (antecessora da atual Escola Kao Yip), que no seu hino mencionava “seguir de forma imparcial os cinco ensinos (moral, intelectual, físico, social e estético)”. Claramente, as escolas de Macau desde sempre deram muita importância ao desporto. Contudo, devido ao facto de a maior parte dos professores de educação física terem recebido treino militar, as aulas privilegiavam atividades escotistas como a ordem unida ou o atletismo, fazendo pouco uso de outros exercícios. Eram também frequentemente realizadas dentro da escola, raramente fora, o que levou à desconsideração exterior ou à perceção errada de que um pavilhão desportivo não passava de um recreio.

Devido à importância atribuída nas escolas, os alunos desde cedo tiveram a oportunidade de praticar exercício físico, o que por sua vez deu origem a muitos atletas notáveis. Para além dos jogadores de ténis de mesa acima mencionados, tivemos ainda atletas como U Kuok Pio, Wu Sio Chong, Ho Kam Wa, Lei Ip, Lao Nang Wong e Wong Wang; enquanto do lado feminino tivemos Tong Mei Ning e Lio Ut Ieng, entre outras. Na natação, tivemos num período posterior Choi Vai Mui, U Siu Fan e Lok Hei Ieong. Nos desportos com bola, havia escassez de espaços para as modalidades. Macau nos anos 40 e 50 possuía apenas um campo de badmínton na Associação de Atletismo da Areia Preta, e campos de futebol apenas no Centro Desportivo Lin Fong, no Estádio Militar da Areia Preta e no Campo Desportivo da Polícia das Portas do Cerco. Os desportos com bola foram mais praticados em locais construídos posteriormente, como o Campo dos Operários ou o atual Colégio Dom Bosco na Avenida do Coronel Mesquita. Os campos da altura eram todos em piso de areia, e apenas se adequavam a jogos de escala reduzida. Contudo, com o incentivo de pessoas como o diretor da Escola Chung Cheng, Chan Cheng Pak, e do professor Lei Peng, as atividades de badmínton da época cresceram de forma excecional. O mini-futebol atingiu o seu auge nos anos 50 e 60, existindo já na altura cerca de 20 ou 30 equipas. Aí surgiram muitos jogadores famosos da modalidade, como os “Três Mosqueteiros” da equipa Bian Wan B, Sio Wai, Mak Kuan Chao e Lei Chong Mao, assim como, noutras equipas, Wong Kuok Kun, Lei Un, Shen Sio Kei, Cheng I Iek, Fong Mun, Io Chi Keung, Iong Wai Meng e Iong Wai Kuoc. No basquetebol, tivemos também Chao Sek Veng, Chan Keng Wong, Chan Hac Keong, Ip Kuok Kuong, Ip Yan Kong, Vong Pang Kuai, Wong Chan Wa e Sam Chin Peng, entre outros.

Embora Macau tenha tido bastantes atletas excelentes na década de 50 e 60, em geral estes eram atletas amadores que praticavam desporto nos tempos livres. Embora eles (e elas) tenham tido ótimos resultados e desempenhos excecionais nas modalidades que tanto estimavam, a vida intrometeu-se e levou-os a interromper ou até a abandonar as atividades, impossibilitando-os de dar o passo seguinte. Isto constituiu uma grande perda e infelicidade para o mundo do desporto em Macau.

Hoje em dia, a cultura física já é valorizada pelo governo da RAE. Para além da criação do Instituto do Desporto dedicado aos assuntos desportivos, os atletas de destaque com bons resultados em atividades desportivas são melhor recompensados, em particular atletas que vençam prémios em competições no estrangeiro. Por isso, durante as cerimónias anuais de medalhas e títulos honoríficos da RAE, não é difícil de reparar no grupo de membros heroicos da elite desportiva de Macau. 

DAVID Chan 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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