Pelo menos 71 pessoas morreram após terem consumido uma bebida tradicional, em Tete, centro de Moçambique.
As vítimas ingeriram a bebida caseira pombe, também conhecida como “mal-cuado”, após regressarem de um funeral, em Chitima, na província de Tete. A bebida é produzida com farelo, açúcar e água, mas terá sido contaminada com uma substância venenosa, segundo os primeiros relatos.
No entanto, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia de Investigação Criminal de Moçambique ainda não confirmaram qualquer pista. Segundo um porta-voz policial, as autoridades interditaram o fabrico de bebidas alcoólicas caseiras no distrito de Cahora Bassa. “É perigoso neste momento continuar a vender-se este tipo de bebidas, enquanto outras pessoas morrem”, afirmou o porta-voz, Luís Nudia.
O Governo moçambicano decretou três dias de luto em todo país, em memória das vítimas da tragédia e, na segunda-feira, a Assembleia da República observou um minuto de silêncio.
A ingestão de Pombe é geralmente acompanhada de música tocada em volume ensurdecedor, “para condizer com o ambiente de bebedeira na zona”, segundo relatou o ativista moçambicano Raul Chambote, que afasta alguns rumores surgidos no local. “Contra as especulações, consultando três vovós em Chitima, Doa e Tete, teceram algumas reservas sobre envenenamento por bílis de crocodilo, pois de acordo com o conhecimento deles se alguém tivesse introduzido bílis de crocodilo as mortes ocorreriam na hora e no local”, afirma Chambote, baseando-se no facto das vítimas terem morrido algum tempos depois de ingerirem a bebida.