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O VENTO SOPRA DO NORTE

 

Os partidos apoitam nos círculos mais populosos, Nampula e Zambézia, que, junto, elegem mais de um terço dos 250 deputados

 

No meio de várias promessas, o país está desde o 31 de agosto a assistir à movimentação política com vista às eleições gerais de 15 de outubro, com os três principais partidos a arrancarem em Nampula e Zambézia, dois círculos eleitorais que metem juntos 92 deputados.

Frelimo, Renamo e MDM concorrem em todos os círculos eleitorais.   No que concerne à corrida presidencial, apenas Filipe Nyusi, da Frelimo, e Daviz Simango, do MDM, iniciaram a campanha logo no primeiro dia. Nyusi e Simango escolheram a província de Nampula, maior círculo eleitoral do país, com 47 lugares no parlamento, para iniciar a campanha eleitoral. A Renamo, com Manuel Bissopo, secretário-geral a liderar a caravana, iniciou a campanha na Zambézia, círculo eleitoral que elege 45 assentos.

A escolha destes círculos eleitorais pelos três maiores partidos da atualidade política moçambicana não foi por acaso. Por exemplo, sondagens da Universidade A Politécnica e da Unilúrio mostram um equilíbrio entre Nyusi e Simango em Nampula. Na Zambézia, a oposição sempre mostrou pujança.

A Frelimo, a Renamo e o MDM juntam-se a mais 27 partidos, coligações e grupos de cidadãos que vão concorrer nas eleições de 15 de Outubro, disputando o voto de perto de 11 milhões de eleitores registados pelos órgãos eleitorais. Um dos factos que merece destaque nesta campanha eleitoral é a ordem e passividade dos protagonistas. Até ao quarto dia, a campanha decorria sem incidentes. Mas no Gurúè, município ganho nas autárquicas de 2013 pelo MDM, a PRM distrital fortemente armada proibia o uso do jardim municipal pelo partido de Daviz Simango, mas não se registaram confrontos.

Outro aspecto que marca a presente campanha é a diferença de meios materiais entre os concorrentes. A Frelimo, que em algumas circunstâncias recorre ao Estado, é o partido que mais se destaca em termos de meios. Enquanto Daviz Simango faz campanha de carro, o candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, recorre a helicópteros, facto que lhe permite perfazer três distritos por dia. Os meios aéreos são também usados pelo chefe de Estado, Armando Guebuza, na sua maratona de caça ao voto, na qualidade de presidente da Frelimo. Vários quadros históricos da Frelimo estão empenhados na caça ao voto, o que, segundo alguns analistas, indicia que o partido que forma governo desde 1975 não está seguro do que pode acontecer a 15 de outubro.

Joaquim Chissano, presidente honorário da Frelimo, juntou-se nesta terça-feira na campanha do seu partido em Maputo. Chissano escalou o distrito municipal Ka  Maxaquene, para explicar que Filipe Nyusi é o candidato da Frelimo, que dará continuidade ao crescimento económico e social que o país regista.

É preciso notar que na sondagem da A Politécnica, Filipe Nyusi tecnicamente empataria com  Daviz Simango no Ka Maxaquene, o mais populoso de Maputo.  “Vim cá para pedir o vosso voto. Este voto não é para mim, mas sim para o nosso candidato Filipe Nyusi. Ele é uma pessoa cujo coração está aberto para receber e resolver as nossas preocupações. Mas não basta só votar em Nyusi. Ele precisa de ser suportado pelos deputados. Por isso, temos que o votar e votar também no seu partido, que é também nosso: a Frelimo”, disse o antigo presidente de Moçambique.

Na digressão que está a fazer pelos distritos de Nampula, Nyusi conta com o suporte de Filipe Paúnde, chefe do gabinete eleitoral. Paúnde, antigo secretário-geral da Frelimo, é visto em alguns círculos como o rosto do mau momento do partido.

 

Raul Senda/Exclusivo Savana

 

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