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MÚSICOS UNEM-SE CONTRA A FOME NA CPLP

 

Músicos de oito países lusófonos participam num hino contra a fome, numa campanha apoiada pela CPLP e FAO

Nascido no sul de Moçambique, mas a residir em Lisboa, Costa Neto foi convidado pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) para ser o rosto de uma campanha contra a fome no espaço lusófono. Mas o cantor decidiu ir mais além.

“No dia da em que foi feito esse convite, senti-me bastante identificado com a causa e entendi que apenas dar a cara pelo projeto, como nos propunham, era bastante vago, por isso decidi fazer algo mais. A primeira ação foi compor uma música”, recordou ao Plataforma de Macau o cantor, que já atuou várias vezes na RAEM.

O hino está a ser gravado em duas versões, das quais, a primeira, interpretada pelo grupo Gospel Collective, já ficou concluída. Em gravação encontra-se ainda a versão interpretada por músicos dos diversos países lusófonos: Costa Neto (Moçambique), Piki Pereira (Timor-Leste), Tonecas Prazeres (São Tomé e Príncipe), José Barros (Portugal), Ammy Injai (Guiné Bissau), Nancy Vieira (Cabo Verde), Elizah Rodrigues (Brasil) e Bonga (Angola).

“Independentemente do que são as iniciativas das instituições, nós, os artistas, temos motivações próprias e uma diferenciada sensibilidade do olhar administrativo ou mesmo académico. Contudo, encontramos aqui algo em comum, expressarmo-nos contra um drama que abrange grande parte do nosso planeta”, disse Neto.

O autor de Mandjolo recordou que a ameaça da fome, e mesmo, a sua persistência em países do espaço lusófono, contribuiu para o entusiasmo dos diferentes cantores em participarem neste projeto solidário. “O que mais motiva os artistas a participarem com esta canção tem a ver com a pedagogia necessária para que, um dia, a humanidade se liberte deste drama, uma vez que os recursos, sobretudo naturais, existem mas são mal aproveitados ou, em muitos casos, mal geridos”, disse.

Costa Neto defende “uma pedagogia forte”, com recurso à formação das populações que residem em zonas mais vulneráveis “para que os jovens e crianças entendam melhor os recursos que deverão preservar” no futuro.

“A pedagogia, para mim, é ainda mais importante do que um mero financiamento de projetos agrícolas, por exemplo, porque estamos perante um problema recorrente e não será muito salutar repetir as técnicas do passado sem que haja uma reflexão mais atual”, disse.

O futuro dirá do sucesso desta campanha, pois, como recordou  Costa Neto, “foi a má gestão da responsabilidade das diversas instituições que arrastou o mundo para esta triste realidade”. No entanto, o cantor acredita que algo pode melhorar, pois “os artistas, para além de sentirem a necessidade de comparticipação num dever cívico, são sonhadores e acreditam num mundo melhor”.

 

蘇志鵬 Luís Andrade de Sá

 

Fome afeta 28 milhões de lusofónos

Cerca de 28 milhões de pessoas passam fome no total dos países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), segundo dados revelados este ano pelo primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, no lançamento da campanha da CPLP e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Só em Moçambique, uma em cada duas crianças até aos cinco anos passa fome.

“Se tivermos em conta que a desnutrição crónica provoca graves défices de nutrientes indispensáveis ao crescimento equilibrado das crianças, afetando gravemente a sua capacidade de aprendizagem, notamos que essas crianças, por serem potenciais vítimas de insucesso escolar, serão os adultos pobres no futuro», declarou Vaquina.

Mas nem tudo são más notícias. No último ano, a FAO anunciou que Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe fazem parte dos 38 países que cumpriram os Objetivos do Milénio (ODM), na luta contra fome.

 

FESTIVAL DE CINEMA CABO-VERDIANO NOS ESTADOS UNIDOS

O filme “Contrato”, do cineasta cabo-verdiano Guenny K. Pires, foi distinguido com o Grande Prémio do Júri no Festival de Cinema Cabo-Verdiano-Americano (CVAFF), que decorreu em Columbia Hights (Washington).

Segundo a edição eletrónica do jornal cabo-verdiano A Semana, o filme que conquistou o júri conta a saga de dois países, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – ligados por um “historial de pobreza, escravatura, laços familiares e amores impossíveis de quebrar”.

O festival, que decorreu no fim-de-semana passado e teve como objectivo celebrar a cultura cabo-verdiana produzida na diáspora, atribuiu ainda o prémio “Cabo Verde Preservação Histórica” ao documentário “Cape Verde 1937”, dirigido por Mário Rose, Derek Rose e Ron Barboza.

O júri atribuiu o prémio Melhor Filme Documentário a “Proud To Be Cap-Verdean”, de Mike Costa, de Melhor Longa-Metragem Internacional à película “A Menina dos Olhos Grandes”, do grego Alexis Tsafas e do cabo-verdiano Fonseca Soares, e o de Melhor Curta-Metragem Internacional ara “Djar Fogo Cofee Spirit”, de Félix Andrade.

O evento, mais do que uma seleção de filmes feitos pela diáspora africana, celebrou a cultura de Cabo Verde produzida nos Estados Unidos, distinguiu personalidades, veteranos e jovens cineastas em ascensão e foi apresentado pelo realizador americano Tim Reid, que tem fortes ligações com Cabo Verde.

 

Luís Andrade de Sá

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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