Ações aumentam turbulência no país africano; golpistas acusam possibilidade de intervenção da França
A junta militar que tomou o poder no Níger prendeu nesta segunda-feira (31) um dirigente e dois ministros do governo destituído, aprofundando assim o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Bazoum na semana passada sob a alegação de que a segurança do país africano estava comprometida.
Os ministros Sani Mahamadou (Petróleo) e Ousseini Hadizatou (Mineração) foram detidos em condições não esclarecidas, segundo o Partido para a Democracia e Socialismo do Níger (PNDS, na sigla em francês), de Bazoum. O ex-presidente da legenda Foumakoye Gado também foi capturado pelos golpistas.
As prisões aumentam a tensão no país africano, em ebulição após manifestações violentas, imposição de sanções internacionais e ameaças de intervenção militar externa. Em nota, o partido de Bazoum instou a população a proteger a democracia e disse que as detenções confirmam a natureza “repressiva e ditatorial” da junta militar. Segundo a legenda, outros dois ministros (Interior e Transportes) e um deputado já haviam sido detidos pelos golpistas. As acusações contra eles tampouco foram divulgadas.
As prisões foram anunciadas um dia após o líder do Chade, Mahamat Idriss Deby, chegar ao Níger para tentar mediar um diálogo entre os militares e o governo deposto. No domingo (30), ele postou o que seriam as primeiras imagens de Bazoum após golpe —acredita-se que o presidente esteja confinado no palácio presidencial. Nas fotos, o nigerense aparece sorrindo e aparentemente sem ferimentos.
As Forças Armadas declararam na quinta (27) apoio ao golpe de Estado que derrubou Bazoum, diminuindo as chances de que o presidente eleito democraticamente retome o poder. A União Africana, a ONU, a União Europeia e outras potências globais condenaram os militares.
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