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“Não interessa à NATO que o poder na Rússia caia na rua”

Professora e investigadora do IEP – Católica e investigadora associada do ECFR, Lívia Franco explica ao DN como Putin “não sai nada bem” dos últimos acontecimentos e diz não acreditar que estes determinem o fim do Grupo Wagner.

Esta rebelião do Grupo Wagner foi o maior desafio a Vladimir Putin em 23 anos de poder?
Ainda é cedo para saber. Muita coisa está por explicar, nomeadamente se houve ou não uma componente de encenação nos acontecimentos. De qualquer modo, a retórica acusatória de Prigozhin foi sempre dirigida às elites políticas e militares, e nunca contra o regime e menos ainda a Putin. Acontece que num sistema como o russo, baseado na ocultação, na mentira e nas fake news, dizer a verdade sobre os limites e a ineficiência da atuação militar russa na Ucrânia pode ser muitíssimo disruptivo e originar importantes mudanças políticas. Mas é certo que na sua imagem de homem forte, Putin não sai nada bem destes acontecimentos.

Que motivações poderá ter tido Yevgeny Prigozhin para desafiar o Kremlin?
Aceitando que o levantamento foi genuíno, o motivo maior foi a crescente frustração com a falta de apoio que o Ministério da Defesa deu à atuação do Grupo Wagner, em especial no fornecimento insuficiente e deliberado de munições. Afinal eram as forças que mais se destacavam no terreno de batalha. Também se explicará por um elemento de rivalidade entre os principais apoiantes de Putin, numa lógica de equilíbrio de poder e de influência sempre em evolução nos regimes autoritários, como é o russo. Uma evidente ausência de reação das forças regulares russas em travar a marcha liderada por Prigozhin aponta também para uma desmoralização e um descontentamento nas fileiras das Forças Armadas do país. Ficámos com a certeza de que o líder do Grupo Wagner é um homem popular em certos sectores da sociedade russa.

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