Início » Preços da habitação sobem e rendas continuam a descer

Preços da habitação sobem e rendas continuam a descer

Guilherme Rego

O índice de preços da habitação em Macau subiu no 1.º trimestre do ano, apesar de continuar mais baixo que os anos transatos. Em sentido contrário, encontra-se o preço médio das rendas, que continua a descer. Terrence Lo, da Ambiente Properties, diz que o número baixo de transações e a idade dos edifícios justificam as quedas, mas que as rendas “vão começar a subir”

O índice global de preços da habitação em Macau cresceu 1,3 % face ao período transato (dezembro de 2022 a fevereiro de 2023). Em Macau aumentou 1,5%, enquanto que na Taipa e Coloane observou-se um crescimento de 0,7%.

Porém, relativamente ao 1.º trimestre do ano passado, o índice global de preços de habitação desceu 4,2%. Mesmo aconteceu no índice de preços de habitações construídas e em construção, que caíram 3,3 e 4,5%, respetivamente.

Mediante a gradual recuperação económica, não deviam estes números ser mais positivos? Terrence Lo, da Ambiente Properties, explica que o preço das habitações está intrinsecamente ligado ao número de transações. “As transações de um prédio habitacional aumentam o seu valor”, indica, referindo que durante a pandemia não houve tantas.

Agora, estão a aumentar, mas ainda há fatores que impedem o investimento de empreendedores do interior da China, salienta. Por outro lado, menciona que as taxas de juro, atualmente “muito altas”, estão a afastar compradores. “Alguém com um rendimento de 20.000 patacas não consegue comportar com estas taxas de juro”, exemplifica.

Há também outra questão que pode desvalorizar o preço geral das habitações em Macau. “Os compradores estão focados em edifícios novos”, refere. Em junho de 2019, Macau tinha 5.200 edifícios com pelo menos 30 anos – cerca de 2/3 do total. Edifícios esses que tendem a perder valor, segundo o agente imobiliário.

“Ao mesmo tempo, os compradores têm menos tempo para pagar as hipotecas dessas frações habitacionais, o que complica ainda mais o seu interesse.”

No 1.º trimestre de 2023 o valor das habitações subiu 3,1% face ao trimestre anterior. O preço médio nos edifícios com 21 a 30 anos de construção e o dos edifícios com mais de 30 anos cresceram 6,5 e 5,5%, respetivamente. Estes edifícios representam quase 2/3 do valor transacionado e metade das transações.

Em fevereiro, o diretor-geral da imobiliária JLL para Macau e Zhuhai disse que “o preço das habitações só voltará a uma tendência de crescimento no próximo ano ou mais tarde”, prevendo uma escassez de nova oferta residencial privada “a curto e médio prazo”.

“O mercado imobiliário de Macau deverá recuperar com mais transações de arrendamento residencial face à reabertura das fronteiras”, acrescentou.

“Rendas vão subir”

No que toca à renda média por metro quadrado das habitações em Macau, estas caíram 1,5 % em termos trimestrais. Destaca-se que a renda da média da Península de Macau desceu 0,8%, e na Taipa e Coloane 1,5 e 2,2%, respetivamente. No geral, é uma variação anual negativa de 7,1%.

“O preço das rendas está relativamente baixo. Se olharmos para zonas residenciais de luxo, a taxa de ocupação é grande. No entanto, acredito que vão começar a subir”, vaticina Terence Lo.

As frações autónomas destinadas a lojas e indústria aumentaram 3,6 e 0,8%. Apesar do crescimento trimestral, é uma descida de 0,4 e 0,8% ao período homólogo de 2022. As rendas para escritórios continuam a descer (1,3%), com uma variação anual negativa de 4,6%. Terrence explica que o aumento das rendas para as lojas deve-se maioritariamente ao volume crescente de turistas em Macau. “Somos uma cidade de turismo. Agora temos mais procura no mercado. Temos propriedades em que a localização não é a ideal, mas há interesse na mesma, devido à escassez de espaços.”

Contact Us

Generalist media, focusing on the relationship between Portuguese-speaking countries and China.

Plataforma Studio

Newsletter

Subscribe Plataforma Newsletter to keep up with everything!