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Procura por ouro sobe, à boleia de turismo, batizados e casamentos

As empresas portuguesas de ourivesaria e joalharia enviaram, no ano passado, 4,5 milhões de peças para os serviços de contrastaria, mais um milhão de peças do que em 2020, o que representa um crescimento de 28,6% em venda de ouro e prata. E se é verdade que, no total do ano, os números ficaram ainda aquém de 2019, quando foram contrastadas 5,7 milhões de peças, não é menos certo que, no segundo semestre, se assistiu a uma “clara recuperação do setor”, que não só conseguiu já enviar para a contrastaria 3,2 milhões de joias, número equivalente ao segundo semestre de 2019, como obteve, em setembro de 2021, um recorde mensal absoluto, com um total de quase 700 mil peças contrastadas.

“Estes são números muito bons e que nos permitem acreditar num processo de retoma. Porque as empresas só vão certificar peças quando têm expectativas de negócios e as lojas estão a comprar. É o que nos dá indicação que o mercado está a mexer”, diz o presidente da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), Nuno Marinho.
Uma retoma assente no regresso dos turistas, e das cerimónias religiosas, como os casamentos e batizados. “Denota também alguma vontade do consumidor de voltar, de novo, a investir em joias como reserva de valor. E a valorização dos metais preciosos – desde 2000, as cotações do ouro subiram 600% – ajuda aqui a este sentido de entesouramento”, defende, por seu turno, Fátima Santos, secretária-geral da associação.

Recorde-se que, com a pandemia, o setor perdeu quase 35% das suas vendas, passando de mais de 1011 milhões de faturação em 2019 para 663 milhões em 2020. As exportações caíram 50% para 11,7 milhões de euros. Dados de 2021 não há, ainda, mas os números da certificação dão novo alento.

“Apesar da dor, o setor sai reforçado da pandemia. Houve tempo para repensar modelos de negócio e estratégias industriais, até porque se seguem tempos mais exigentes, e, por isso, estamos a notar algumas necessidades de investimento a nível industrial e de capacitação de trabalhadores”, defende Nuno Marinho.

Já Fátima Silva fala em dores de crescimento, de um setor familiar, formado por micro e pequenas empresas, e com uma “grande resiliência” perante as dificuldades. “As empresas não fecham, apertam o cinto. Mas têm uma grande elasticidade para voltar a crescer, que é o que sentimos agora. Todas as semanas recebemos pedidos de procura de trabalhadores e de potenciais parcerias entre empresas para dar resposta a encomendas”, frisa.

Para ajudar a dar resposta às necessidades de mão-de-obra qualificada, a AORP está já a trabalhar com o Cindor – Centro de Formação Profissional da Ourivesaria e Relojoaria. “As necessidades das empresas são voláteis e há que ajustar a formação a elas. Há que ter uma capacidade de readaptação muito rápida sempre que muda o tipo de produto ou o que o mercado exige”, explica Nuno Marinho.

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