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Cabo Verde otimista com apoio de países desenvolvidos

Lusa

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, manifestou-se otimista com a mudança de atitude que encontrou dos países desenvolvidos na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas, em ajudar os países em desenvolvimento

Cabo Verde está otimista com o apoio aos países desenvolvidos. “Acho que há esperança porque há uma mudança significativa relativamente à COP anterior”, disse hoje aos jornalistas, à saída de um encontro inédito entre o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, com chefes de Estado e do governo de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. 

“Creio que é a primeira vez que isso acontece. Há um comprometimento muito forte dos Estados Unidos relativamente à defesa das especificidades desses países que são muito vulneráveis do ponto de vista económico e ambiental”, afirmou. 

Além dos EUA, que regressaram ao Acordo de Paris após a eleição do presidente Joe Biden, Ulisses Silva também salientou o tom das posições de França e do Reino Unido no sentido de “passar à ação”. 

Cabo Verde aguarda o desbloqueamento do financiamento do clima aos países menos desenvolvidos e vulneráveis para que possam investir e adaptar-se às alterações climáticas. 

Igualmente importante, vincou o primeiro-ministro, é “desenvolver mecanismos e instrumentos que tornem os compromissos em execução”, queixando-se de que existem instrumentos “extremamente difíceis de implementar, burocráticos”.

“Eu creio que desta vez também há compromissos firmes nessa matéria, fazendo com que os instrumentos, uma vez criados, possam ser exequíveis e que os compromissos que ainda estão para ser serem atendidos sejam efetivados”, adiantou.

Numa intervenção na terça-feira à tarde, Ulisses Silva tinha declarado que compromisso de reduzir em 38% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, atingindo a neutralidade carbónica em 2050.

Nas energias renováveis, quer passar dos atuais 20% para mais de 50% em 2030, estando também empenhado na descarbonização dos transportes e numa agricultura mais sustentável.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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