Depois de uma série de preparações diplomáticas, os líderes dos Estados Unidos e da Rússia reuniram-se esta semana em Genebra. O governo de Biden enviou nos últimos tempos alguns sinais amigáveis à Rússia, como por exemplo o levantamento das sanções sobre o canal Nord Stream ou o encontro entre responsáveis pelos Negócios Estrangeiros das duas potências.
Apesar de Biden ter afirmado que iria confrontar Putin sobre os problemas de direitos humanos na Rússia, salientado que os EUA não toleram tais violações, o presidente americano parece esquecer que já chamou o líder russo de assassino, e que imediatamente depois de levantar as sanções sobre o canal Nord Stream impôs outras limitações a empresas envolvidas no projeto. Esta tática de ataques e recuos revela que Biden está assustado.
Os atuais líderes mundiais parecem ser a China, os EUA, a Rússia, a União Europeia, e o Reino Unido, no entanto, os EUA e o Reino Unido agem como um, enquanto a União Europeia mostra estar dividida. Na realidade as principais potências são então a China, os EUA e a Rússia. Os EUA são os mais fortes, e mostram querer continuar no poder, por isso continuam a utilizar várias estratégias políticas, aliando-se à Rússia contra a China, e à China contra a Rússia.
O maior medo dos EUA é uma possível aliança entre a China e a Rússia. Tal seria o maior pesadelo para os norte-americanos. O poder da China juntamente com a força militar da Rússia seria suficiente para fazer frente aos EUA e aos aliados do ocidente. Uma aliança entre estes dois países seria capaz de destruir os EUA, atacando o próprio solo americano, assim como todas as bases militares internacionais. É obvio que os EUA querem gerar conflito entre a China e a Rússia, porém ambos são países com estratégias políticas sólidas. Mesmo após uma história longa com várias disputas mantêm uma atitude madura, e dificilmente irão tocar ao ritmo da batuta norte-americana. Por outro lado, os EUA têm sido demasiado cuidadosos e práticos na forma como lidam com estas potências, largando qualquer integridade política, e a China e a Rússia têm consciência disso.
Putin não espera grandes resultados da reunião com Biden. O mesmo foi brutalmente honesto com alguns jornalistas durante o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, dizendo: “Os EUA estão a seguir os passos da União Soviética com a sua confiança e determinação.”
A probabilidade de resultados positivos desta reunião entre Biden e Putin é igual à da reunião com os líderes da União Europeia no dia anterior. Todavia, tal como disse Xi Jinping quando o recebeu como vice-presidente, “tudo é possível nos EUA”, e a confirmação da eficácia das vacinas russas poderá ser um presente de boas-vindas a Putin, tornando todo o ambiente da reunião muito mais relaxado.
*Editor Senior