O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, desdramatizou o debate no país sobre a questão do abate de árvores, que tem sido denunciada por vários setores.
No final de uma reunião sobre a segurança dos cidadãos e dos seus bens, Umaro Sissoco Embaló garantiu que não existe nenhuma autorização para a retoma de corte de árvores “como se ouve dizer por aí”.
Vários setores ligados ao ambiente e empresários do setor da madeira têm denunciado a existência de indivíduos, “por identificar”, que estão a cortar árvores na floresta guineense, numa altura em que o Governo aguarda por uma decisão do Presidente sobre a matéria.
O Governo do primeiro-ministro Nuno Nabiam submeteu um decreto-lei ao Presidente no qual pede autorização para permitir aos madeireiros a retoma “de forma especial” do abate de algumas espécies de árvores florestais.
“Está em cima da minha mesa, estou a analisá-lo juntamente com o meu gabinete jurídico”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, sobre o decreto do Governo, realçando que não existe nenhuma ordem em sentido contrário.
O Presidente guineense esclareceu, contudo, que a madeira que possa estar a ser canalizada para as serrações é a que tinha sido cortada há cerca de quatro anos e que estava espalhada pela floresta.
“Quem quiser comprar aquela madeira pode, desde que pague no lugar indicado pelo Governo”, observou Sissoco Embaló.
Sobre a reunião de hoje, da qual tomaram parte o primeiro-ministro, os ministros da Justiça e do Interior, o procurador-geral da República e comandantes de diferentes forças policiais, bem com a diretora da Polícia Judiciária, o Presidente salientou ser um encontro para falar “da vida do país”.
“Isso demonstra que a vida do país é gerida não só pelo Presidente e o primeiro-ministro”, notou.
Umaro Sissoco Embaló disse que o país “ganhou um novo rumo” desde 29 de dezembro, dia em que foi realizada a segunda volta das eleições presidenciais, no qual foi dada abertura ao combate à corrupção e aos “coronavírus sociais”.
O Presidente destacou ser imperativo que o “império da lei reine” na Guiné-Bissau e que a Polícia Judiciária ganhe outra imagem, tendo todas as condições para atuar.