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São Tomé ajuda internacional para combater terrorismo em Cabo Delgado

O Presidente de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, defendeu esta quarta-feira nas Nações Unidas um “maior envolvimento da comunidade internacional” para combater as “ações macabras de terrorismo” em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

“Manifestamos a nossa apreensão e inquietação em relação à recrudescência da violência na província moçambicana do Cabo Delgado e apelamos para um maior envolvimento da comunidade internacional no combate às ações macabras de terrorismo nessa parcela do território moçambicano”, afirmou o chefe de Estado são-tomense, no discurso gravado que enviou para o debate geral da 75.ª Assembleia Geral da ONU, a primeira a decorrer em modo virtual.

A província de Cabo Delgado é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas. A violência provocou uma crise humanitária com mais de mil mortos e cerca de 365.000 deslocados internos.

Evaristo Carvalho apelou também para que se encontre “uma solução definitiva para o longo processo negocial” no diferendo que opõe o Marrocos e o Saara Ocidental.

“A eterna questão do Saara Ocidental continua a constituir para nós preocupação e a exigir de todos nós maior envolvimento na busca de uma solução definitiva para este longo processo negocial”, disse o chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, reiterando o pedido do seu país para que “as partes envolvidas retomem as negociações com vista a chegar-se a uma solução política mutuamente aceitável”.

O chefe de Estadp são-tomense lamentou também os focos de tensão “com repercussões humanitárias de grandes dimensões um pouco por todo o planeta”, referindo-se, nesse contexto, à “persistência” do conflito político-militar na República Centro-Africana, Republica Democrática do Congo, Sudão do Sul e na Líbia.

Condenou as ações de grupos terroristas no Sahel, do grupo extremista al-Shabab na África Ocidental e do Boko Haram na África Central e Ocidental.

O “injusto” embargo comercial e financeiro contra Cuba, as hostilidades Israel-Palestina, e os conflitos na Síria e no Iémen foram igualmente criticados pelo chefe do Estado são-tomense.

O Presidente são-tomense defendeu o multilateralismo como “via” para “vencer os grandes desafios com que o mundo se confronta”, tomando como exemplo a crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19.

“É nossa convicção que o multilateralismo é a via mais adequada para que, numa conjugação de esforços, possamos todos juntos debelar os efeitos da situação económica e financeira imposta pala pandemia de covid-19”, disse o chefe de Estado são-tomense.

Evaristo Carvalho referiu que o multilateralismo “provou que, graças a conjugação de esforços e solidariedade a nível internacional, tem sido possível debelar os efeitos nefastos dela decorrente à escala internacional”.

O chefe de Estado apelou à ONU para “não perder de vista” a luta contra a pobreza, que classificou como o “maior flagelo da humanidade”.

Para o Presidente são-tomense, a pobreza é a “principal causa da fome, da degradação dos solos, da exploração desenfreada dos recursos naturais, dos conflitos armados, das deslocações das populações e dos fluxos migratórios que continuam a ceifar vidas”.

O chefe do Estado são-tomense reafirmou “o apego” do seu país a uma “cooperação multilateral renovada ao serviço das populações, bem como um multilateralismo mais acutilante, solidário e eficaz, quer no combate aos efeitos da pobreza, quer na manutenção da paz e segurança internacionais, condição indispensável para um desenvolvimento inclusivo e sustentável”.

“A persistência do extremismo violento deve reter a nossa atenção, mas não deve absorvê-la ao ponto de ignorarmos desafios tão importantes que brigam com a nossa existência humana, desafios esses inseridos nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, tais como o combate à pobreza, às alterações climáticas e à pirataria marítima”, sublinhou.

Evaristo Carvalho lembrou as “consequências incalculáveis tanto a nível sanitário como no plano socioeconómico” e “enalteceu a onda de solidariedade” de que São Tomé e Príncipe “beneficiou a nível bilateral e multilateral”.

Para o governante, o apoio da comunidade internacional ao combate a pandemia de covid-19 “afastou a hipótese de uma eventual hecatombe”.

Evaristo Carvalho recordou os “efeitos devastadores” da pandemia nas economias dos países frágeis e particularmente de São Tomé e Príncipe como pequeno estado insular, tendo apelado os parceiros para continuarem a “observar o espírito de solidariedade e apoio ao processo de recuperação económica pós-covid-19, que se anuncia deveras difícil”.

Apelou ainda para a necessidade de se “acelerar” o processo de reforma das Nações Unidas como forma de conferir à organização “maior dinamismo, melhor representatividade, eficácia, capacidade e legitimidade nas ações conducente à manutenção da paz e segurança internacionais”.

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