O desemprego no Brasil afetou 14,3% da população economicamente ativa em agosto, percentagem que aumentou devido à pandemia de covid-19, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, já são 13,7 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, a maior taxa registada desde maio, quando o Governo passou a medir o desemprego com base nos efeitos da crise provocada pela covid-19.
De acordo com o IBGE, entre a terceira e a quarta semana de agosto o número de desocupados no país aumentou 1,1 milhão de pessoas, com o que a taxa de desemprego passou de 13,2% para 14,3%, a maior desde maio deste ano, quando estava em 10,5%.
No início de maio a maior parte da população brasileira estava isolada em confinamento voluntário e não procurava emprego, mas desde o início de junho a diminuição das medidas de restrição e isolamento social fez subir a demanda por trabalho.
“O mercado de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iam se desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades”, frisou Maria Lucia Vieira do IBGE.
O número de pessoas confinadas caiu 6,5% na última semana do mês anterior, passando de 41,6 milhões de pessoas confinadas para 38,9 milhões de pessoas entre 23 e 29 de agosto.
O IBGE apontou ainda que, no mesmo período, manteve-se estável o número de pessoas que ficavam em casa e só saiam por necessidade, 88,6 milhões de pessoas, o equivalente a 41,9% da população do país.
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, é o segundo mais afetado em número de mortes pela doença no mundo, com cerca de 135.000 óbitos, e o terceiro com o maior número de infeções, com mais de 4,4 milhões de casos diagnosticados.
A pandemia atingiu o Brasil em um momento em que o país ainda sofria os efeitos da forte crise económica registada entre 2015 e 2016, quando seu Produto Interno Bruto (PIB) recuou sete pontos percentuais.
Desde então, a economia brasileira tem crescido cerca de 1% ao ano, mas essa tendência será interrompida este ano devido ao impacto da pandemia, que causará um novo colapso na economia local que, de acordo com as últimas projeções, ficará em torno de (-5%).