O Ministério da Defesa rebate o relatório da Amnistia Internacional (AI), que acusa o Exército moçambicano de violar os direitos humanos na província de Cabo Delgado
O ministério moçambicano da Defesa nega que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) tenham protagonizado atos de tortura e violação dos direitos humanos na província de Cabo Delgado, palco de ataques armados de alegados “jihadistas”.
As justificações surgem depois da acusação foi feita, na passada quarta-feira, pela AI, que disse estar estar na posse de imagens reveladoras nas quais supostos membros das FDS torturam civis.
O porta-voz do Ministério da Defesa moçambicano, Omar Saranga, já desmentiu a AI, referindo que o comunicado da ONG “faz uma abordagem baseada em vídeos e fotografias sem ter em conta a natureza da propaganda dissimulada e reducionista do grupo terrorista que atua em Cabo Delgado, que visa denegrir a imagem das FDS.”
Em entrevista à Deutsche Welle África, o diretor da AI Portugal, Pedro Neto, pede uma investigação independente às suspeitas de prática de tortura e outras violações de direitos humanos no norte de Moçambique e, em particular, na província de Cabo Delgado, ondealegadamente as FDS terão cometido atrocidades como tentativas de decapitação, tortura e outros maus-tratos, bem como o desmembramento de alegados combatentes da oposição, possíveis execuções extrajudiciais e o transporte de um grande número de cadáveres para serem enterrados em valas comuns”.