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E líderes há?

Arsénio ReisArsénio Reis*

A dívida pública mundial vai atingir em 2020 um pico histórico, ou seja, um nível ao registado no final da Segunda Guerra Mundial. Quem o diz é o FMI, mas as circunstâncias são totalmente diferentes, só a necessidade de termos decisões políticas é muito semelhante.

O valor da divida pública este ano vai representar 101,5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, pelos dados divulgados esta sexta-feira pelo FMI, o Fundo Monetário Internacional.

Os economistas que deram a cara pelo documento, entre eles o ex-ministro português das finanças, Vítor Gaspar, que estava no governo durante a “Troika” e hoje é o diretor do departamento de finanças públicas do FMI, não escondem a sua preocupação, mas deixam conselhos pragmáticos.

É assumida uma espécie de “quadratura do círculo”. Apesar da trajetória desfavorável da divida pública, o FMI lembra que “um ajustamento orçamental demasiado precoce apresenta um risco ainda maior de comprometer a retoma, com custos orçamentais futuros mais importantes”

Para estes economistas a equação é de uma complexidade elevada. Os governos terão de estimular as economias afetadas pela crise sanitária sem que as suas dívidas se tornem insustentáveis.

Voltemos ao final da Segunda Guerra Mundial. O líder dos Estados Unidos chamava-se Franklin Delano Roosevelt, o do Reino Unido, Winston Churchill, o da União Soviética, Joseph Stalin. Isto para falar apenas das potências dominantes e esquecer Charles de Gaulle em França, ou Chiang Kai-shek, na China.

Até agora os governos do mundo gastaram 11 biliões de dólares em ajudas a famílias e empresas a que o vírus impôs o confinamento. A única forma de tentar conter o alastrar da Pandemia “covidiana”.

As taxas de juro – segundo o FMI – vão manter-se historicamente baixas. O que para as famílias pode ser boa notícia, só que tudo fica ainda mais dependente da política e da forma como vão atuar os líderes de cada país.

Voltemos ao final da Segunda Guerra Mundial. O líder dos Estados Unidos chamava-se Franklin Delano Roosevelt, o do Reino Unido, Winston Churchill, o da União Soviética, Joseph Stalin. Isto para falar apenas das potências dominantes e esquecer Charles de Gaulle em França, ou Chiang Kai-shek, na China.

Das opções políticas será feito o “novo mundo”. Teremos líderes para isso?

*Diretor do Plataforma

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