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Mercenários russos forçados a recuar no norte de Moçambique

Um grupo de mercenários russos não conseguiu obter qualquer sucesso na neutralização da alegada insurreição islamita que grassa na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Um alto funcionário das Nações Unidas, familiarizado com a questão, elaborou um relatório em que descreve como os mercenários russos, conhecidos como Grupo Wagner, desencadearam várias operações contra os alegados islamitas, mas sem sucesso apesar de contarem com meios sofisticados, inclusive apoio aéreo e drones.

Algumas das conclusões do relatório são citadas pelo número de maio da revista Air War Analysis, reproduzidas nesta terça-feira pela publicação Carta de Moçambique.

O documento destaca ainda um outro aspecto importante e que ajuda a compreender como a violência não foi ainda neutralizada na província de Cabo Delgado, com o seu vasto número de mortos e milhares de deslocados.

É convicção do funcionário das Nações Unidas que as forças armadas moçambicanas, constituídas maioritariamente por elementos do sul do país, são vistas mais como forças de ocupação do que como garantes da segurança das populações.

O relatório refere que os mercenários russos terão sofrido baixas mortais, e cita duas ocasiões em que tal terá sucedido: confrontos em Muidumbe e Macomia, sem indicar contudo datas para esses confrontos.

O Carta de Moçambique escreve que, até agora, a diplomacia russa recusa admitir a presença de mercenários desta nacionalidade em solo moçambicano e, claro, a existência de quaisquer vítimas mortais.

As autoridades moçambicanas afirmam também totalmente desconhecimento sobre a presença de combatentes russos no seu território.

O Grupo Wagner estaria baseado em Nacala e na raiz do seu insucesso em lidar com os islamitas em Cabo Delgado é que, segundo um veterano “mercenário africano”, Neall Ellis, citado pela Air War Analysis, não estaria preparado nem para o terreno nem para o tipo de conflito no norte de Moçambique e teria subvalorizado o adversário. Um erro que, em regra, se paga muito caro.

O texto do Carta de Moçambique pode ser consultado aqui

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