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Apoios sem precedentes

O Banco Mundial tem 2.673 projetos de financiamento em curso, 1.028 dos quais em África. A prioridade nesta pandemia é apoiar os países mais pobres e sem sistemas de saúde. 

As instituições financeiras e organizações políticas mundiais, como o Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI), União Europeia (UE) ou G-20 têm vindo a lançar pacotes bilionários de financiamento para os países mais pobres enfrentarem a pandemia. É um apoio global sem precedentes, destinado a conter o avanço da Covid-19 em países onde os sistemas de saúde são precários e as condições sanitárias quase inexistentes. 

Agindo com esse princípio, o BM, por exemplo, tem atualmente 2.673 projetos de financiamento em curso em tudo o mundo, 1.028 dos quais no continente africano, segundo um mapa disponibilizado pela instituição. O apoio global é estendido a 132 países em todos os continentes. 

Afinal, e segundo dados do início desta semana, a pandemia de coronavírus já se traduz em 1.669.595 casos confirmados em todo do mundo e 106.138 mortes, 

Perante uma crise mundial de contornos únicos, o BM vai disponibilizar um pacote financeiro no valor de 160 mil milhões de dólares ao longo dos próximos 15 meses para “ajudar os países a protegerem os mais pobres e vulneráveis, a apoiarem os negócios e a impulsionarem a recuperação económica”, como informou a instituição. 

O Presidente do BM, David Malpass, sublinhou que “os países mais pobres e vulneráveis serão os mais atingidos” e que a instituição “está a tomar medidas globais rapidamente para reduzir o avanço da Covid-19”, tendo em curso “operações de resposta a nível de Saúde em mais de 65 países”. 

O FMI e o BM fizeram um apelo conjunto para um perdão dos juros da dívida aos países mais pobres, entre os quais estão os africanos de língua portuguesa Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. 

O Grupo BM e o FMI apelam a todos os credores oficiais bilaterais que suspendam os pagamentos de dívida dos países [abrangidos pela] Associação para o Desenvolvimento Internacional (IDA, na sigla em inglês) que assim o solicitem”, lê-se num comunicado conjunto difundido pelas duas instituições financeiras internacionais. 

FMI RESPONDE A APELOS
O FMI também tem em marcha uma resposta global sem paralelo na sua História. 

“Temos disponíveis um bilião de dólares para empréstimos e vamos colocá-los ao serviço dos nossos estados membros. Estamos a responder a um número sem precedentes de chamadas para pedidos de financiamento de emergência vindos de mais de 90 países, até agora. O nosso Conselho de Administração já concordou em duplicar o acesso aos nossos programas de emergência, o que vai permitir responder aos pedidos que totalizam 100 mil milhões de dólares em financiamento”, comunicou a 9 de abril a diretora-geral do FMI, a búlgara Kristalina Gueorguieva. 

O FMI aprovou empréstimos de emergência em tempo recorde para a República do Quirguistão, Ruanda, Madagáscar e Togo, com muitos mais ainda na linha de espera. 

G20 INJETA BILIÕES
Os líderes do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, decidiram a 26 de março apoiar a iniciativa conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), do FMI e do BM para desenvolver um pacote económico e fortalecer as redes de segurança financeira global. 

A resposta unânime foi de preocupação com os riscos que ameaçam todos os países e a decisão de injetar “mais de cinco biliões de dólares” na economia mundial para “contrariar as consequências sociais, económicas e financeiras da pandemia” de Covid-19. 

“Estamos firmemente decididos a apresentar uma frente unida contra essa ameaça comum”, referiram os representantes, num comunicado divulgado após a reunião extraordinária por teleconferência. 

Também o Forúm Económico Mundial criou a COVID Action Platform, uma plataforma global para unir a comunidade global de investidores numa ação coletiva de resposta à pandemia. Foi criada com o apoio da OMS e está aberta a todos os homens de negócios, grupos económicos e industriais. 

EUROGRUPO APROVA PACOTE
A solidariedade europeia voltou a ser posta à prova na reunião do Eurogrupo, onde os ministros das Finanças da UE aprovaram na semana passada um pacote de 540 mil milhões de euros para combater os efeitos da crise provocada pela pandemia. 

Depois de muita negociação paralela, o acordo foi selado em pouco mais de meia hora, com aplausos a Mário Centeno, o ministro das Finanças português que preside ao Eurogrupo. 

Os 540 mil milhões de euros vão ser repartidos por três instituições. A Comissão Europeia fica encarregue de garantir a proteção do emprego; o Banco Europeu de Investimento do apoio às empresas; e o Mecanismo Europeu de Estabilidade financia os países. 

Os mecanismos acordados pelo Eurogrupo aguardam o sinal verde dos líderes, para estarem disponíveis no prazo de duas semanas. Mas a unanimidade vai ser difícil de atingir, porque, entretanto, já chovem as críticas ao acordo.

RUTE COELHO 17.04.2020

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