A bióloga angolana Adjany da Silva Freitas Costa, 29 anos, foi nomeada na noite de segunda-feira ministra da Cultura, Turismo e Ambiente pelo Presidente da República, João Lourenço. Trata-se de um superministério com três pastas, uma grande responsabilidade nos ombros de uma jovem exploradora habituada a conquistar o impossível.
Adjany foi diretora do projecto da National Geographic Okavango-Zambeze, onde durante quatro meses, percorreu cerca de 2,5 mil quilómetros a seguir o curso do rio angolano Okavango, passando por Angola, Namíbia e Botsuana, como noticiou o site Angonotícias. Foi a única mulher numa equipa de homens da National Geographic.
A bióloga e pesquisadora angolana foi também uma das vencedoras do prémio Jovens Campeões da Terra de 2019, atribuído pela Organização das Nações Unidas (ONU) a ambientalistas com idades entre os 18 e os 30 anos.
Agora nomeada Ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, foi directora do projecto da National Geographic Okavango-zambeze, onde durante quatro meses, percorreu cerca de 2,5 mil quilómetros, passando por Angola, Namíbia e Botsuana.
A Bacia do Rio Okavango, que a bióloga Adjany Costa explorou, é um ecossistema vital que faz parte da maior zona húmida de água doce do sul de África. Mais de um milhão de pessoas dependem desta bacia partilhada por Angola, Namíbia e Botsuana.
Fascinada pelo que viu e registou, Adjany contou numa conferência Ted Talks como foi a sua experiência a percorrer pela primeira vez Angola, um “país que é totalmente “esquizofrénico”, como disse. “Nunca vi nenhum país em que no mesmo território nacional vocês encontram de florestas tropicais a desertos, de planícies vastas, montanhas majestosas, praias infinitas, a rios gigantescos. Os rios, a água, a base da vida, uma das riquezas mais desvalorizadas de Angola, que alimenta outros países também”.
“Por isso quando me chamaram para ir descobrir o majestoso Okavango vou ser sincera, eu nem sabia que o Okavango nascia em Angola. Quando me disseram ‘vamos pelas matas de Angola descobrir onde nasce o Okavango’ eu primeiro tive de ir ao Google saber onde vamos exatamente. Mas lá descobri a maior bacia não explorada do mundo, não tem prédios ou desmatamento, não explorada em termos científicos”.
Maravilhada com a beleza natural do seu país, Adjany tem agora de conciliar a preservação destas riquezas, através da pasta do Ambiente, com a exploração das mesmas para fins de Turismo e Cultura. Um equilíbrio difícil, como o dos ecossistemas que estuda.