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Echo Chan não pode falhar

Echo Chan regressa à coordenação do Fórum Macau, agora sem a aura e o cheque em branco da sua primeira nomeação, mas também com uma tripla responsabilidade: provar que repetir a ideia é boa opção; resolver anticorpos entretanto nascidos no seio da estrutura, pelo seu estilo de liderança, mas sobretudo por ter saído e voltado; impor a missão de ser plataforma, exigida por Pequim e crucial para que o secretário para a Economia, Lionel Leong, projete a imagem de quem entende a prioridade sino-lusófona – o que ainda é pouco claro. A curta passagem de Cristina Morais não ajudou, tendo causado constrangimento a evidente liderança de Echo Chan nos bastidores da última Conferência Ministerial, numa relação muito próxima e coordenada com o Instituto para a Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM).
Os delegados lusófonos, a imprensa e as nomenclaturas políticas – local e nacional – estão agora duplamente atentos. O que é bom, pois indicia uma nova cultura de exigência. Há uma consciência crescente em relação ao reforço do conceito, mas também das relações internacionais lusófonas – subjugadas ao interesse nacional. E há outra evidência: a tutela não tem ideia melhor para o cargo. Tenha ou não havido combinação prévia para o seu regresso, Echo Chan não pode agora falhar… Após o puxão de orelhas do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang; no contexto em que Lionel Leong lida com o seu próprio futuro político; e perante a evidência de que o Fórum Macau comunica pouco e mal, demorando em afirmar uma imagem compatível com a sua importância geoestratégica. Pior do que isso: tem sido incapaz de seduzir e influenciar a cidade a adotar o discurso de Pequim sobre a plataforma sino-lusófona.
Mais do que resultados estatísticos, que dependem do Governo, dos empresários, dos agentes culturais e da sociedade civil em geral, o Fórum Macau tem sobretudo de ultrapassar constrangimentos do seu estatuto para-diplomático e descobrir como seduzir a cidade para este desígnio: comunicar muito mais e muito melhor, promovendo uma relação nunca conseguida com todos os agentes da plataforma, em Macau, na China e por todo esse complexo e diversificado mundo lusófono.

Paulo Rego     

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