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Fuga de capitais a estabilizar

Os fluxos transfronteiriços de capitais da China deverão estabilizar no quarto trimestre, sendo improvável que ocorra uma grande fuga de capitais uma vez que os fundamentos económicos do país são fortes, afirma a autoridade reguladora do câmbio internacional do país.

As diferenças cambiais líquidas dos bancos chineses foram de 28,4 mil milhões de dólares em setembro, um aumento de 18,9 mil milhões relativamente a agosto, de acordo com a Administração Estatal de Câmbio. As vendas cambiais líquidas nos três primeiros trimestres foram de 243,4 mil milhões de dólares.

Wang Chunying, porta-voz da administração, disse que os fatores sazonais desempenham papéis importantes.

“Existe entre os residentes uma maior procura por moedas estrangeiras para viagens durante as férias de verão ou do Dia Nacional”, afirmou.

As vendas líquidas especificamente para viagens aumentaram em 13,2 mil milhões dólares no terceiro trimestre relativamente ao segundo, referiu, o que é “relativamente o mesmo nível de aumento dos últimos anos”. O nível de fluxos transfronteiriços é “compreensível e suportável”, acrescentou.

Embora alguns fatores externos (sobretudo a crescente expetativa de uma subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos até ao final do ano) possam ter um impacto a curto prazo, um aumento não levaria a uma grande flutuação nos fluxos transfronteiriços de capitais, afirmou Wang.

Xu Gao, economista-chefe da China Everbright Securities Co, manifestou opiniões semelhantes, dizendo que a atual pressão de saída de capitais é viável e é na verdade mais baixa do que em dezembro. O economista não considerou significativa a possibilidade de saídas de capitais em massa desencadeadas por preocupações relativamente à resiliência económica do país e à taxa de câmbio do yuan.

“Os fundamentos económicos permanecem fortes”, afirmou, após os dados oficiais divulgados no dia 19 terem mostrado um crescimento económico global de 6,7 por cento, com alguns sinais de um ligeiro aumento a surgirem nos setores industriais.

Xu disse que a recente depreciação do yuan é natural à luz da recente valorização do dólar americano, observando que o índice do dólar, o seu valor ponderado pelo comércio relativamente a um cabaz de moedas importantes, subiu 2,99 por cento desde o princípio do mês.

O Banco Popular da China colocou a taxa de paridade central nos 6,7558 no dia 21, atingindo o ponto mais baixo em seis anos.

Zhao Xueqing, economista do Instituto de Finanças Internacionais, afirmou que embora seja pouco provável que o yuan aprecie no futuro próximo, a proporção da depreciação do yuan é viável tendo em consideração as adversidades e riscos financeiros.

“As flutuações do yuan são bastante naturais, uma vez que as reformas orientadas para o mercado do país se encontram em bom caminho”, afirmou.

Wang Yanfei

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