Korbein Schultz, que tinha autorização para aceder a documentos classificados, foi detido em março em Fort Campbell, uma base militar no leste dos Estados Unidos.
O militar declarou-se culpado de, entre outras coisas, divulgar informações relacionadas com a defesa nacional, exportar dados confidenciais sem autorização e subornar um funcionário público, destacou, em comunicado, o Departamento de Justiça.
De acordo com a justiça norte-americana, o militar enviou dezenas de documentos confidenciais sobre as Forças Armadas dos EUA a uma pessoa que vivia em Hong Kong, alegadamente ligada ao Governo chinês. Schultz recebeu 42 mil dólares pelo fornecimento das informações, segundo o Departamento de Justiça.
Entre os documentos transmitidos à China, um destes relata dados recolhidos pelo Exército norte-americano sobre a guerra na Ucrânia e que podiam ser aplicados para defender Taiwan, que a China reivindica como uma das suas províncias.
Outros documentos contêm informações sobre táticas militares chinesas, exercícios das forças norte-americanas na Coreia do Sul e nas Filipinas e detalhes sobre armas, como o helicóptero HH-60 ou o caça F-22.
“Governos como a China têm como alvo o nosso pessoal militar e as informações de segurança nacional, e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que essas informações são protegidas de governos estrangeiros hostis”, destacou Robert Wells, um alto responsável do FBI (polícia federal norte-americana).
Korbein Schultz pode ser condenado a décadas de prisão. Foi marcada uma audiência para 23 de janeiro de 2025. Este caso ocorreu um ano depois da detenção de dois militares da Marinha dos EUA na Califórnia, acusados de espionagem para a China.
Plataforma com Lusa