Escolheu ser médico, talvez porque já vinha de uma família de médicos, embora diga que foram muitas as razões. Depois escolheu a especialidade de Nefrologia e dedicou o grosso da sua atividade, mais de 40 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, à preparação de doentes e de dadores para transplantes e ao seu acompanhamento. Até que, um dia, tomou a decisão que há muito vinha a maturar: doar um órgão, no seu caso um rim. Domingos Machado tem hoje 72 anos, está na reforma, e há mais de dois que entregou um órgão seu a um desconhecido. E quando lhe perguntamos porquê, a resposta é simples: “Sentia-me um privilegiado. Tinha saúde, não tomava medicamentos para a tensão arterial, nem para a diabetes, e comecei a pensar que poderia ceder um pouco a alguém que não tivesse.”
Esta decisão era inédita em Portugal , o acontecimento também. E só foi divulgado muito depois de tudo se ter passado e apenas com o objetivo de servir como exemplo, para alertar a população que, no país, “existem condições para se fazer transplantação em segurança”, recordou ao DN. Porque, ainda hoje, data em que se assinala o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, Domingos Machado alerta para o facto de, em Portugal, existir “um grande défice de informação por parte da população para a situação”.
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