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Taipé acusa Pequim de intercetar barco turístico perto da China continental

Taiwan acusou ontem a China de intercetar um barco turístico taiwanês junto às ilhas Kinmen, perto da China continental, uma semana depois da morte de dois chineses num incidente com a guarda costeira taiwanesa.

De acordo com a guarda costeira de Taiwan, o navio King Xia, com 11 tripulantes e 23 passageiros a bordo, navegava a cerca de cinco quilómetros a noroeste da ilha principal do arquipélago das Kinmen quando foi intercetado por dois navios da guarda costeira da China, às 16:47 de segunda-feira (08:47 em Lisboa).

As ilhas Kinmen ficam, no seu ponto mais próximo, a dez quilómetros da cidade de Xiamen, no sudeste da China continental. De acordo com a agência de notícias pública taiwanesa CNA, seis membros da guarda costeira chinesa entraram no King Xia e inspecionaram os documentos da tripulação, antes de regressarem aos seus navios cerca de meia hora depois.

Em resposta, a guarda costeira de Taiwan enviou um navio para escoltar o King Xia, que aparentemente se desviou da rota original devido à elevada concentração de bancos de areia na área.

A guarda costeira de Taiwan pediu à China que trabalhe em conjunto para “manter a tranquilidade” nas proximidades das Kinmen e de Xiamen e apelou aos operadores taiwaneses de barcos turísticos que evitem aproximar-se da costa chinesa.

O incidente “feriu os sentimentos do nosso povo, criou pânico entre as pessoas e não era do interesse das pessoas de ambos os lados do Estreito de Taiwan”, lamentou hoje a ministra taiwanesa com a tutela dos Assuntos Marítimos, Kuan Bi-ling. O ministro da Defesa de Taiwan indicou hoje que o exército não se iria envolver, para “evitar uma guerra”.

“Se interviermos, o conflito irá aumentar, o que não queremos”, disse Chiu Kuo-cheng aos jornalistas. “Vamos resolver a questão pacificamente”, insistiu. O primeiro-ministro taiwanês Chen Chien-jen disse que Taipé estava a tentar acalmar as tensões na zona das Kinmen.

A guarda costeira de Taiwan pediu à China que trabalhe em conjunto para “manter a tranquilidade” nas proximidades das Kinmen e de Xiamen e apelou aos operadores taiwaneses de barcos turísticos que evitem aproximar-se da costa chinesa.

No domingo, a guarda costeira da China anunciou patrulhas na zona entre Xiamen e as Kinmen para “proteger as vidas e propriedades dos pescadores”, em resposta à morte de dois chineses num incidente em 14 de fevereiro.

Nesse dia, a guarda costeira de Taiwan detetou uma lancha, com quatro pessoas a bordo, a cerca de dois quilómetros a leste de Beiding, uma das ilhas mais pequenas do arquipélago das Kinmen.

Os agentes taiwaneses ordenaram à tripulação que parasse a embarcação para inspeção, mas o barco acelerou, tendo depois capotado, provocando a morte de duas pessoas que estavam a bordo. Os dois sobreviventes foram detidos em Taiwan.

A imprensa oficial da China afirmou que se tratava de um navio de pesca, enquanto Taiwan não deu qualquer informação sobre a identidade da tripulação. Pequim acusou Taipé de tratar os pescadores chineses de uma forma “agressiva e perigosa”, embora Taiwan insistisse que a guarda costeira procedeu “de acordo com a lei”.

Plataforma com Lusa

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