Início » Valor das transações imobiliárias cai 20% entre 2019 e 2023

Valor das transações imobiliárias cai 20% entre 2019 e 2023

O setor imobiliário de Macau sofreu uma transformação considerável quando comparado com o período pré-pandemia. Enquanto as taxas de juro na RAEM subiram consideravelmente entre 2019 e 2023, o preço médio por metro quadrado caiu 20 por cento

Nelson Moura

O preço das casas e número de transações caiu consideravelmente, enquanto as taxas de juro subiram e o valor dos empréstimos bancários caiu. É este o panorama atual do setor imobiliário quando comparado com 2019, antes da pandemia.

O PLATAFORMA analisou dados publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças respeitantes às transações de frações autónomas destinadas à habitação de maneira a comparar a queda nos valores imobiliários da RAEM com o período pré-pandémico e após recuperação económica.

Segundo os dados mais recentes, o preço médio por metro quadrado transacionado em Macau atingiu 88.563 patacas no terceiro trimestre deste ano – uma queda de 20 por cento quando comparado com o mesmo período de 2019.

Um total de 590 imóveis foram adquiridos no terceiro trimestre deste ano, um número consideravelmente mais reduzido do que as 2.154 transações no mesmo período em 2019.

Os imóveis vendidos entre julho e setembro deste ano apresentavam uma área útil de 74 metros quadrados em média, ligeiramente superior à media do período em comparação.

A maior quebra no valor médio por transação foi registado em propriedades vendidas, que registaram uma quebra de 23 por cento para uma média de 92.914 patacas, e com o número de transações nessa zona a cair 82 por cento, para apenas 84 transações.

A segunda maior quebra foi registada em transações imobiliárias na Península de Macau, com o valor médio por transação a cair 19 por cento, para 85.890 patacas, e o volume de vendas a diminuir de 1.568 para 472.

O mercado imobiliário de Coloane parece ter sido o que sofreu menor impacto, com o valor médio por transação a decrescer 7,2 por cento entre 2019 e 2023, e com o número de transações cortado a mais de metade, para 34.

Quebra de confiança

Em julho, a imobiliária JLL alertou na sua conferência de imprensa anual que o abrandamento da economia mundial e a subida das taxas de juro na RAEM tiveram uma forte impacto no setor.

“Apesar da recuperação económica de Macau ter estabilizado, a subida das taxas de juro, o abrandamento da economia mundial e abrandamento da recuperação económica na China continental pesam sobre o mercado imobiliário em Macau”, referiu o diretor da JLL Macau Mark Wong.

Segundo Wong, os investidores estariam a a adotar uma atitude de esperar para ver em relação ao mercado imobiliário. Nos primeiros nove meses do ano, a economia da China cresceu 5,2 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado.

No entanto, o mercado imobiliário – que representa até 30 por cento da economia – entrou em crise há mais de dois anos, após restrições impostas pelas autoridades centrais aos empréstimos contraídos dos promotores.

Os encargos para quem contraiu empréstimos hipotecários na RAEM também aumentou consideravelmente nestes quatro anos, com a taxa de juro base definida pela Autoridade Monetária de Macau a subir de 2 por cento, em 2019, para 5,75 por cento, em agosto de 2023.

De junho a agosto de 2023, o número médio mensal de empréstimos hipotecários para habitação atingiu 1.44 mil milhões de patacas, uma redução de 71 por cento à média de 5 mil milhões registada no mesmo período de 2019.

Comparando o volume médio mensal de empréstimos comerciais para atividades imobiliárias, a quebra foi menos acentuada, com o valor a cair 25 por cento, para uma média de 2.53 mil milhões.

Contact Us

Generalist media, focusing on the relationship between Portuguese-speaking countries and China.

Newsletter

Subscribe Plataforma Newsletter to keep up with everything!