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Macau volta a ser destino de invasão turística, com fim das restrições

As ruas de Macau voltaram a encher-se de turistas do Interior da China que, pela primeira vez desde o início da pandemia, podem entrar no território sem qualquer restrição.

“A última vez que vim foi há um ano e as políticas de entrada eram bem mais rígidas nessa altura. A 08 de janeiro, as restrições foram relaxadas e, desta vez, o processo correu sem percalços”, disse à Lusa Xue Yu Huan, que está em Macau pela terceira vez.

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De máscara na rua, junto a uma fila perto de um Starbucks, Xue, que chegou há pouco de Changzhou, na província de Jiangsu, no leste chinês, realçou que o “turismo particularmente bem desenvolvido” é o “maior atrativo” de Macau.

Na Taipa velha, centro de uma das ilhas de Macau, são evidentes os sinais de movimento, com muitos turistas apressados, cheios de sacos de compras, um cenário que contraria o deserto que eram as ruas do território há poucos meses.

O governo local, seguindo as diretivas de Pequim, diminuiu as restrições e o resultado foi o regresso dos turistas.

“Vim a Macau sobretudo pelo turismo e pela gastronomia, que é particularmente apelativa, como tripas de vaca, que gosto muito”, completou Xue, que falou à Lusa na rua do Cunha, uma das zonas mais movimentadas da Taipa velha (centro de uma das ilhas de Macau).

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Nesse mesmo local, à espera numa longa fila para comer tripas de vaca no estabelecimento Lao Day está Wong Yucheng, jovem de Nanjing, cidade da província de Jiangsu, no centro-leste do país.

Falando à Lusa ao lado de duas jovens que conversavam animadamente enquanto comiam uma sandes, Wong insistiu que a gastronomia de Macau é um dos motivos da viagem. “Gosto da comida característica”, salientou Wong, nomeando “barbatana de tubarão e bolos” como as iguarias locais mais tradicionais.

A poucos metros do Lao Day, Lo Jun Keng, proprietária da Casa de Bolos Man Kei não tem mãos a medir: “Há muito fluxo de pessoas, o negócio está a operar a 70% ou 80% do ano de 2019 durante o período de férias”.

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Do outro lado do rio das Pérolas, no coração de Macau, Jing Liang, da cidade de Shenzhen, disse que esperou três anos para poder regressar a Macau e mostrar a cidade ao filho.

À Lusa, Jing notou que em Macau espera comer a tradicional costeleta no pão, que se encontra um pouco por toda a cidade, e visitar as Ruínas de São Paulo, ex-líbris do território, ou a Torre de Macau.

“Sinto que não há pandemia, já passou. Já deve ter voltado tudo ao normal, já passaram três anos”, disse.

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Neste sentido, Jason Zeng, que se encontrava na base da escadaria das Ruínas de São Paulo, admitiu concordar com a política de `zero covid`, porque “cada país tem um sistema diferente” e a China, “claro, preocupa-se com a população”.

O lugar de eleição em Macau deste natural de Chengdu, capital da província de Sichuan, é o Cotai, área onde estão localizados vários casinos do território. “Especialmente à noite, como a vista noturna do Venetian, do Londoner, etc”.

Macau, que à semelhança do interior da China seguiu a política de `zero covid`, cancelou recentemente a maioria das medidas de prevenção e contenção, após quase três anos das rigorosas restrições.

Os turistas chineses podem agora entrar no território sem apresentar um resultado negativo à covid-19.

O número de visitantes baixou drasticamente desde o início da pandemia, com Pequim a suspender a emissão de vistos e as viagens em grupo para Macau. Até novembro de 2022, o número de visitantes não chegou aos cinco milhões, quando em 2019 foi de quase 40 milhões, quase 60 vezes a população do terrritório.

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