O PLATAFORMA marcou presença no evento “Fórum dos Think Thanks entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, realizado esta semana, sob organização do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM e a Universidade Politécnica de Macau.
Em primeiro lugar, louvar o esforço encetado pelas entidades organizadoras no enriquecimento desta plataforma através da participação de 19 especialistas e académicos provenientes de Macau, Interior da China e Países de Língua Portuguesa.
Em segundo, a diversidade das intervenções, desde o âmbito à origem, merece também um comentário: “a consciência de que Macau é, indubitavelmente, uma ponte entre estas geografias, justifica-se em momentos como este”.
Não querendo de todo mudar o foco, houve uma intervenção em particular que, em tom de crítica, trouxe uma nuance diferente ao evento e, com toda a razão, evidenciou a discriminação do Governo de Macau face aos Países de Língua Portuguesa africanos.
Acontece que estes continuam marginalizados pela política de casos zero local, que já facilitou a circulação de pessoas e bens a tantos outros; primeiro com o corredor especial do qual só Portugal e alguns países asiáticos foram considerados; segundo num levantamento mais ostensivo no qual o Brasil foi incluído.
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Contudo, aos dias de hoje, a África lusófona ainda não goza desses privilégios e, como tal, esta ponte é débil e começa a mostrar as suas fragilidades.
Aqui, o responsável é o Governo de Macau, que deliberadamente optou por não incluir estes países nas primeiras tranches da reabertura condicionada.
Paulo Jorge Rodrigues do Espírito Santo, autor do comentário e secretário-geral adjunto do Fórum Macau, pede “justiça”, pois afirma que estes países também têm a pandemia sob controlo. E mais, a não inclusão desta parcela lusófona na lista de Macau “não beneficia a cooperação win-win”, como é óbvio, sobretudo agora que a cidade precisa de olhar para mercados estrangeiros para diversificar as receitas.
*Diretor-Executivo do PLATAFORMA