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Salários portugueses são dos que mais perdem com a inflação na OCDE

Luís Reis Ribeiro

Previsão da OCDE para a inflação portuguesa em 2022 nem é das mais altas, mas a subida dos salários é das mais fracas. Assim, muitos trabalhadores vão perder poder de compra.

A perda de poder de compra das remunerações médias por trabalhador, em Portugal, vai rondar os 3,5% em 2022, naquela que é a maior redução desde o tempo da troika e do programa de austeridade (2012) e uma das maiores do grupo de 33 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o chamado clube dos países mais avançados da economia global.

Os cálculos são do Dinheiro Vivo com base nos dados atualizados ontem pela OCDE no seu panorama económico (Outlook), divulgado na quarta-feira.

A redução do poder de compra de quem trabalha em Portugal acontece num ano em que a taxa de inflação é relativamente alta (cerca de 6,3% é a previsão da organização para 2022), sobretudo à luz do histórico dos últimos anos, mas não é das mais acentuadas do grupo dos países ricos, onde a média ronda os 8%, puxada pela inflação galopante em países como a Polónia (11%), Holanda (9%) ou Reino Unido (9%).

Qual a explicação, então?

A quebra no poder de compra dos salários médios per capita acontece, essencialmente, porque a subida da compensação média por trabalhador (por conta de outrem) é de apenas 2,9%, o sexto registo mais fraco do grupo das três dezenas de economias da OCDE.

Na Europa, pior só na Dinamarca (2,6%) e na Suíça (1,2%). Fora da Europa, destaca-se o México onde as remunerações médias individuais quase estagnam (0,7%).

Tudo considerado, o trabalhador médio português enfrenta um ano mais apertado do ponto de vista do poder de compra e porque, sendo um país endividado, a fatura dos juros também vai pesar nos orçamentos familiares.

Segundo as contas com base nas novas previsões da OCDE, a erosão salarial portuguesa prevista para este ano na ordem dos referidos 3,5%, provocada pela inflação, é claramente superior à média da zona euro e do grupo da OCDE (ambos com uma queda esperada que ronda os 2,8%).

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