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Pastores de escândalo estiveram no Planalto 35 vezes

Arilton Moura e Gilmar Santos compunham “gabinete paralelo” suspeito de agilizar liberação de verbas para prefeituras em troca de propina. Governo inicialmente havia se negado a divulgar dados sobre as visitas.Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que estão no centro do escândalo do “gabinete paralelo” no Ministério da Educação (MEC) e suspeitos de atuar num esquema ilegal de liberação de verbas da pasta para prefeituras em troca de propina, estiveram 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo Jair Bolsonaro.

A informação foi divulgada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nesta quinta-feira (14/04), após pedido feito pelo jornal O Globo por meio da Lei de Acesso à Informação. Inicialmente, o GSI havia se recusado a prestar a informação, citando preocupação com a segurança da Presidência da República, mas mudou de posicionamento após manifestação da Controladoria-Geral da União (CGU) favorável à divulgação dos dados.

Moura esteve no Palácio do Planalto por 35 vezes, das quais 10 vezes acompanhado de Santos. Seis das visits de Moura ocorreram após agosto de 2021, quando a CGU abriu uma investigação contra ele para apurar supostos pedidos de propina.

A primeira visita de Moura ao Planalto ocorreu no início do governo, em 16 de janeiro de 2019, e a de Santos em 21 de fevereiro do mesmo ano. Os dois estiveram pela última vez no Planalto em 16 de fevereiro de 2022.

Caso provocou queda de ministro

O caso da “farra dos pastores” provocou a queda do então ministro da Educação, Milton Ribeiro, que pediu exoneração em 28 de março, dez dias após a eclosão do escândalo. Sua situação ficou ainda mais frágil após a revelação de um áudio em que ele admitia que favorecia os pastores – que não tinham vínculo oficial com o ministério – a pedido de Bolsonaro.

O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que mostrou que Moura e Santos conduziam a agenda de Ribeiro e agiam como lobistas, atuando na liberação de recursos federais para municípios. Os pastores franqueavam acesso ao ministro para prefeitos interessados em obter verbas do MEC para obras de creches, escolas, quadras ou para compra de equipamentos.

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