O epidemiologista chinês Zhang Wenhong descartou ontem a possibilidade da variante Ómicron ter um impacto significativo no país, mas continuou a defender uma política de “tolerância zero” com o vírus
Citado pelo jornal Global Times, Zhang defendeu que esta política, conjugada com uma resposta rápida à crise na saúde, permitirá ao país lidar com qualquer variante.
Esta nova variante foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.
“Se conseguimos enfrentar a variante delta, também podemos superar a Ómicron”, afirmou, numa publicação na rede social Weibo.
O cientista disse ainda que a China já começou a estudar a nova variante, ressalvando que são necessárias, pelo menos, duas semanas de recolha de dados e amostras para ter conclusões mais precisas.
Sem razões para alarme
Cientistas britânicos relativizaram este sábado o alarme gerado pela variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19, admitindo que, apesar das muitas mutações genéticas que tem, as vacinas continuarão provavelmente eficazes a prevenir a doença grave.
O imunologista Andrew Pollard, diretor do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina da covid-19 para o laboratório AstraZeneca, disse, em declarações à televisão BBC, que muitas das mutações da variante estão presentes noutras estirpes do SARS-CoV-2 nas quais as vacinas se revelaram eficazes.
“As mutações [da Ómicron] existem noutras variantes, e as vacinas conseguiram prevenir a doença grave com as [variantes] Alpha, Beta, Gamma e Delta”, afirmou o investigador do Reino Unido, onde já foi detetada a nova estirpe.
Segundo o microbiologista Calum Semple, “é provável que a imunidade” conferida pelas vacinas contra a covid-19 “ainda proteja” contra a doença grave que possa vir a causar a nova variante.
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