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“O Presidente em Cabo Verde não governa, mas é a alma e o espírito da Nação global”

No passado domingo, Cabo Verde foi às urnas para eleger um novo Chefe de Estado. José Maria Neves, um veterano da política cabo-verdiana, apoiado pelo seu partido, o PAICV, foi o escolhido dos eleitores, entre os sete concorrentes. Em entrevista ao Jornal de Angola, agora eleito Presidente aborda, entre outros temas, as prioridades para os próximos cinco anos de mandato, a cooperação com Angola, o acordo de mobilidade da CPLP, a inserção de Cabo Verde na Região Oeste africana. José Maria Neves admite que “o Presidente, em Cabo Verde, não Governa”, mas acredita ser “a alma e o espírito da Nação”. Afirma que pretende “levantar o astral de Cabo Verde, ser um Presidente positivo, capaz de mobilizar a Nação para a realização das nossas ambições”.

Senhor Presidente, sente-se, de alguma forma, aliviado, depois de toda a agitação, ansiedade e expectativa  sobre as eleições?
A campanha deu-me uma grande serenidade para estar com as pessoas, discutir Cabo Verde e constatar que o nosso grande adversário, neste momento, é a crise que se revelou e se expandiu com a pandemia da Covid-19. Sinto-me com a tranquilidade e a serenidade necessárias para enfrentar os desafios enormes que se colocam a Cabo Verde.

Em algum momento aventou a possibilidade de sair derrotado da eleição?
Em nenhum momento. A onda foi crescente. Dificilmente ganharia na primeira volta. Tinha a ideia de que poderia ganhar estas eleições, mas numa segunda volta. Os resultados foram fruto de todo o movimento do cidadão que se construiu dos nossos ideais. Foi uma campanha muito cívica, com uma grande participação cidadã e conseguimos, efectivamente, provocar um novo arrepio em Cabo Verde.

Mas, a poucos dias das eleições, o senhor Presidente disse,  categoricamente, que tinha condições para ganhar na primeira volta. O que,  afinal, o levou a fazer esta espécie de “reavaliação”?
Eu senti  uma grande adesão. Sentia nos abraços, nos olhares, na participação das pessoas em torno da minha candidatura. Foi uma candidatura muito alegre, muito leve, com grande liberdade de espírito; uma candidatura aberta a todas as sensibilidades políticas e sociais. Chegou um momento em que se deu a combustão, uma grande aliança entre as minhas propostas, as minhas ideias com o povo de Cabo Verde e foi a partir daí que percebi que haveria de ganhar. Isso foi nos últimos dias. Por isso, pedi ao povo de Cabo Verde para que votasse em mim, para vencer na primeira volta. Portanto, houve o suporte para que isso acontecesse da parte  dos cabo-verdianos.

O que os cabo-verdianos podem esperar da sua Presidência?
Os cabo-verdianos conhecem-me muito bem e sabem que podem contar comigo. Fiz a melhor leitura da forte legitimidade que me deu no dia 17. Ganhei a nível nacional, expressivamente, e na diáspora também, expressivamente. Sinto-me com uma forte legitimidade para exercer a Presidência com grande liberdade de espírito, como um Presidente que une, que cuida, que protege, mas, sobretudo, um Presidente que vai costurar consensos, que vai querer construir pontes, que vai buscar entendimento. Portanto, precisamos, como do pão para a boca, de uma grande mobilização  da Nação global cabo-verdiana, das ilhas e da diáspora, para enfrentarmos a crise que é grave e profunda e que está a revelar-se todos os dias. As pessoas já sentem a profundidade e a dimensão desta crise. Temos de acelerar o ritmo da transformação e da modernização do país, para podermos cumprir os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável no horizonte 2030. Os cabo-verdianos podem contar comigo, como um Presidente presente, actuante; o primeiro embaixador da República e o ouvidor geral da Nação cabo-verdiana, que irá fazer tudo para puxar Cabo-Verde, levantar o astral do país, acelerar o passo para irmos o mais longe possível.

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