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Retoma sangrenta

Paulo RegoPaulo Rego*

Já há sinais em Macau… ainda curtos. Pequenos passos para a retoma económica, com a Administração a demonstrar, ainda que timidamente, vontade de deixar para trás a paralisia pandémica. Falta uma visão estratégica que guie empresários, académicos e população em geral à diversificação para a Grande Baía. Como não se vê também capacidade de agarrar as pontes lusófonas e fazer delas a mais-valia de que Pequim fala há tantos anos. Mas há um sopro no ar… Há que agarrá-lo.

A China deu provas de resiliência, com muitos setores a resistirem à crise e a demonstrarem que Xi Jinping ataca o futuro com o fôlego renovado de quem não se deixou afogar. A “bazuca” europeia, lenta e pouco transparente, como é da essência da burocracia do “Velho Continente”, mais cedo ou mais tarde produzirá algum efeito… mas é o furacão Joe Biden que sopra mais forte, com injeções financeiras transversais que tiram os Estados Unidos do buraco em que Trump se enfiou – mais depressa do que as melhores expetativas previam. A retoma vai começar, mas deixa para trás mortos e feridos que nunca mais recuperam.

O capital não tem cor nem ideologia. Por vezes parece… disfarça, mas engana.

Os fundos de investimento estão aí… saem da caixa, anunciam projetos, preparam-se para fusões e aquisições. O capital não tem cor nem ideologia. Por vezes parece… disfarça, mas engana. Também não age por espírito de missão, não vem salvar a economia – vem tomar conta dos salvados, a preço de saldo. Não vale a pena perorar contra o método: o “takeover” é a natureza destes processos e é tão antigo quanto a própria existência do capital. Na senda de acumularindfa maisaixist pena perorar contra o m,mais vrumpistamais depressa do qur m,uitossbem como os proporcionaiQuem tem nesta altura dinheiro sai disto com muito mais do que tinha. Hoje, como ontem, são esses os senhores das novas oportunidades.

Para todos os outros ficam as feridas expostas, as capitulações… e a clara sensação de que o poder político não estava preparado para isto – muito menos se preparou para o que aí vem. Não será bem o salve-se quem puder, mas só se vai salvar mesmo quem puder.

*Diretor-Geral do Plataforma

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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