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“Sapatinhos” de Bruxelas e Pequim à espera de acordo de investimento

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A União Europeia (UE) e a China estão à beira de fechar um grande acordo de investimento. Esta pode bem ser a última prenda nos sapatinhos de Bruxelas e Pequim, antes do cair do pano sobre um 2020 horribilis.

Numa muito recente reunião de embaixadores dos 27, não houve um único sinal de rejeição ao acordo, abrindo-se assim a via do apoio político a um acordo de investimentos com a China que pode relançar, numa escala nunca vista, o entendimento futuro entre dois dos três gigantes económicos mundiais (o outro é os EUA).

Trata-se também da conclusão de negociações que se prolongam desde 2014 e que coincide com o final da presidência rotativa da EU, sob a batuta da chanceler alemã, Angela Markel, num ano marcado pela pandemia da covid-19 e, nesta fase final, pelo Brexit.

Segundo observadores, o único entrave à conclusão sem reticências do acordo estava ligado ao tema dos direitos laborais no gigante asiático.

Mas diplomatas ligados às negociações apontaram recentes desenvolvimentos positivos, com Pequim a responder às preocupações europeias sobre o tema do uso de trabalho forçado no país. Há mesmo quem diga que a crescente tensão comercial entre os EUA e a China terá levado Pequim a tornar-se mais flexível na busca de um acordo com Bruxelas.

O acordo, a confirmar-se nas próximas horas ou dias, é visto como um grande impulso para ambas as partes e fortaleceria os laços económicos entre os gigantes antes da chegada do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, à Casa Branca.

A Alemanha, gigante económica do bloco, que está na presidência rotativa da UE até ao final do ano – passando depois a pasta a Portugal – fez deste acordo com a China uma prioridade durante estes seis meses.

Segundo diferentes documentos, o acordo abrirá o setor fabril da China às empresas da UE, bem como a construção, publicidade, transportes aéreos e telecomunicações.

Um dos pontos críticos do acordo, indicaram observadores, prendeu-se com a procura do lado chinês pelo acesso ao mercado de energia da UE, tratando-se este de um assunto sensível em matéria de segurança nacional entre os diferentes estados europeus.

Por isso é previsível que o futuro acordo dê a Pequim acesso a uma pequena parte do setor europeu de energia renovável, mas sempre numa base de reciprocidade.

O pacto também visa remover barreiras ao investimento na China, designadamente os requisitos de joint-venture, assim como os limites à propriedade estrangeira em certos setores.

Uma vez alcançado o acordo esperado, ele precisa ser ratificado pelo parlamento europeu, processo que pode não começar até o segundo semestre de 2021.

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