
Resumindo o último ano, presenciámos imensos acontecimentos inesperados, mas será que também crescemos?
Filas. Todos os anos passamos, pelo menos, por uma fila. Depois do Tufão Hato em 2017, a população fez fila para ir buscar água. Em 2018, na véspera da chegada do Tufão Mangkhut, os supermercados encheram-se de filas para comprar água e comida. Este ano, fizemos fila nas farmácias para comprar máscaras.
Andámos de máscara quase todo o ano. Máscara na rua, máscara dentro do autocarro, máscara durante as aulas… Porém, a mudança que tanto antecipamos parece estar a chegar mais cedo do que o esperado. Macau depende de uma única indústria, embora o objetivo de “diversificação económica” seja já usado há vários anos. Agora a cidade finalmente está a sofrer as consequências de depender intensamente do turismo. Neste mesmo dia no ano passado ninguém imaginaria Macau sem turistas. Em 2020, no ano da humildade, quantos de nós pensámos em mudar de carreira e começar do zero?
Em 2020, o desenvolvimento dos pagamentos eletrónicos e os benefícios do plano de cartões de consumo eletrónicos geraram um progresso rápido. Até pequenas lojas estão equipadas com estes terminais de pagamento, à medida que o pagamento com telemóvel se torna cada vez mais popular. Andar apenas com telemóvel, sem dinheiro no bolso, em Macau, já não é apenas uma ilusão. Mas estaremos ainda longe de nos transformarmos numa cidade com pagamentos totalmente virtuais?
Com o controlo epidémico, desapareceram os grandes ajuntamentos. Este ano, grandes eventos como o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau e o “Desfile por Macau, Cidade Latina” foram cancelados, porém outras atividades como festivais gastronómicos, corridas de automóveis, corridas de barcos de dragão e maratonas continuaram a acontecer sem qualquer surto, provando o sucesso das medidas de prevenção epidémicas de Macau. Com 2020 a chegar ao fim, o evento de contagem decrescente para o ano novo foi cancelado. Mas o sol vai continuar a nascer.
*Editor chinês do Plataforma