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UE vai “redobrar esforços” para combater terrorismo

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros anunciou hoje que Bruxelas vai “redobrar os esforços” para apoiar a segurança em Moçambique, na sequência de massacres reportados nos últimos dias na província de Cabo Delgado.

“Grupos terroristas a criarem raízes em qualquer parte do mundo deixa-nos a todos expostos. A UE vai redobrar os esforços para apoiar Moçambique em regiões importantes de segurança e de estabilidade”, escreveu Josep Borrell na rede social Twitter, denunciado que “mais de 50 pessoas” morreram na sequência de “ataque horrífico” no país.

Vários órgãos de comunicação social locais e também internacionais, como, por exemplo, a BBC e o The New York Times, relataram vários massacres que ocorreram nos últimos dias em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.

Estas fontes relataram decapitações de mais de 50 pessoas perpetradas por elementos de grupos extremistas islâmicos, que alegadamente pertencem ao autodenominado Estado Islâmico.

Este ataque também foi denunciado pela Commonwealth, que pediu uma investigação.

Em comunicado a organização disse que “está pronta para fornecer todo o apoio” que puder a Moçambique para combater o “extremismo violento”.

“Os ataques e relatos de sequestros de mulheres, jovens e crianças são uma afronta aos princípios fundamentais dos direitos humanos. A Commonwealth e todos os Estados-membros solidarizam-se com as pessoas afetadas e suas famílias”, lê-se ainda no documento.

Rebeldes armados que desde 2017 atacam Cabo Delgado, com intensidade reforçada desde o início deste ano, fizeram na última semana uma investida sobre o distrito de Muidumbe, destruindo várias aldeias no meio rural.

Sobreviventes em fuga relataram à Lusa a morte de familiares, bem como a perda de casas e outros bens.

As autoridades moçambicanas ainda não se pronunciaram, mas o portal na Internet Pinnacle News, que se apresenta como uma rede de comunicadores comunitários, relatou na quinta-feira haver centenas de decapitações num campo de futebol usado como local de extermínio na aldeia de Muatide.

Sem indicar números, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, disse hoje à agência Lusa que há “informações de fontes no terreno” que são consideradas “fiáveis”, e apontam para um elevado número de mortes.

Na noite de terça-feira (quarta-feira em Lisboa e Maputo), o secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se “chocado” com os “recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados não estatais em várias aldeias na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças”.

A violência armada está a provocar uma crise humanitária com cerca de 2.000 mortes e 435.000 pessoas deslocadas para províncias vizinhas, sem habitação, nem alimentos suficientes – concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

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