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46 crianças angolanas morrem por dia de desnutrição

O Governo angolano reconheceu hoje a condição de “vulnerabilidade e os níveis de malnutrição” em que muitas crianças se encontram, com relatos de cerca de 46 mortes diárias por desnutrição, garantindo o compromisso de “fortalecer a produção nacional”

Recentemente, o semanário angolano Novo Jornal noticiou que diariamente em Angola morrem 46 crianças vítimas de desnutrição, dados da Direção Nacional de Saúde Pública compilados no primeiro semestre de 2020.

“O Ministério da Agricultura e Pescas está a par da informação sobre a vulnerabilidade e os níveis de malnutrição, daí então esse engajamento no setor no sentido de fortalecer cada vez mais a produção nacional”, afirmou hoje o diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), quando questionado pela Lusa.

Segundo o responsável, como resposta, para inverter a situação, a atividade daquele departamento ministerial centra-se mais na aquisição e na viabilização de insumos (matéria prima para agricultura) para os produtores.

Para David Tunga, trata-se de um trabalho conjunto entre os ministérios da Agricultura, Comércio, Indústria, Planeamento e Saúde para dar resposta aos desafios que se colocam ao país.

“É um trabalho conjunto para efetivamente ir detetando as situações, sobretudo no meio rural, e ao nível central e provincial gizar os programas que possam dar respostas a esses desafios que se colocam ao país”, disse.

O diretor do IDA, que falava aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa alusiva ao Dia Mundial da Alimentação, que hoje se assinala, assumiu que a situação das crianças desnutridas, por falta de alimentos, “é preocupante”.

“Por isso é que a esta medida nós vamos implementando projetos para aumentar a produção”, frisou.

David Tunga recordou as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, sobretudo no domínio da exportação de produtos alimentares, observando que os países estão a adotar medidas internas para aumentar e melhorar a produção e a produtividade para “aumentar a disponibilidade de alimentos aos cidadãos”.

De acordo com o responsável, para o combate da fome e pobreza no país estão em curso um conjunto de ações com realce para o Plano de Aceleração Integrado da Agricultura Familiar e Pesca.

O Projeto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização (MOSAP), orçado em cerca de 95 milhões de dólares (81 milhões de euros) financiados pelo Banco Mundial, e um outro denominado SAMAP, orçado em 38 milhões de dólares (32,4 milhões de euros), foram também destacados pelo responsável.

“Temos também o projeto de recuperação da agricultura familiar que está a atuar no sul de Angola com cerca de 8 milhões de dólares [6,8 milhões de euros]”, exemplificou, acrescentando que “o Governo tem um conjunto de programas”.

A nível do Ministério da Agricultura e Pescas, “temos programas ligados à produção vegetal, à produção animal, temos programas ligados à produção de pesca e aquicultura, portanto esse conjunto de projetos depois traduzem-se nas diversas ações que estão em curso”.

A implantação de escolas de campo, metodologia adotada pelo Governo angolano para a transferência de conhecimentos de pequenas tecnologias às comunidades rurais, foi ainda destacada por David Tunga no quadro das ações em curso.

“Estamos a capacitar os camponeses, primeiro na sua estruturação e depois na organização da produção, mas também estamos a usar esse mecanismo para fortalecer o processo da comercialização da produção”, disse.

“Cultivar, Alimentar, Preservar. Juntos” é o lema das celebrações deste Dia Mundial da Alimentação, que marca igualmente o 75.º aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

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