O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, anunciou hoje o envio de uma missão de 25 observadores às eleições presidenciais de domingo na Guiné-Conacri, nas quais o Presidente cessante Alpha Condé procura um terceiro mandato
A missão será liderada pelo ex-primeiro-ministro da República Democrática do Congo Augustin Matata Ponyo e integra 25 observadores, incluindo embaixadores acreditados junto da União Africana (UA), parlamentares pan-africanos, representantes de órgãos de gestão eleitoral, organizações da sociedade civil e instituições académicas africanas.
O objetivo da missão é fazer uma “avaliação imparcial das eleições presidenciais de 18 de outubro na Guiné-Conacri, incluindo o nível de cumprimento das normas para eleições democráticas”, bem como fazer recomendações para a melhoria dos futuros processos eleitorais no país.
Visa ainda, segundo nota da UA, demonstrar a solidariedade e o apoio da organização continental ao processo eleitoral na Guiné-Conacri, “assegurando que a condução das eleições contribui para a consolidação da governação democrática, da paz e da estabilidade”.
O Presidente cessante, Alpha Condé, de 82 anos, primeiro Presidente eleito democraticamente em 2010 após décadas de regimes autoritários na Guiné-Conacri, foi reeleito em 2015 para um segundo mandato e vai tentar agora um terceiro.
Durante um referendo em março, muito contestado, fez aprovar uma nova Constituição e de seguida considerou, com os seus apoiantes, que o novo texto lhe permite voltar a concorrer ao escrutínio.
Os seus adversários denunciaram um “golpe de Estado constitucional”. Segundo a oposição, pelo menos 90 pessoas morreram no último ano devido a incidentes durante manifestações contra uma nova candidatura de Condé.