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Zimbabué proíbe empresas chinesas de explorarem carvão nas suas reservas naturais

O país africano proibiu a mineração em todos os seus parques nacionais revertendo a decisão que autorizava empresas chinesas a explorar carvão na famosa reserva Hwange. A China é um grande investidor no Zimbabué e um aliado próximo

A reserva natural Hwange, a maior no Zimbabué, lar para mais de 40.000 elefantes e outras espécies – incluindo o rinoceronte preto que está em perigo – estava ameaçada pela exploração de carvão que ali ia ser feita por duas empresas chinesas. Mas já não está mais. O Zimbabué acaba de proibir por lei a mineração em todos os seus parques nacionais de vida selvagem, noticia a BBC.

A mudança ocorreu depois de ativistas levaram o Governo aos tribunais para evitar a “degradação ecológica” nos parques. Numa ação judicial apresentada na segunda-feira a Associação de Advogados Ambientais do Zimbábue (ZELA) alertou que o parque Hwange iria tornar-se um “local para perfuração, limpeza de terras, construção de estradas e pesquisas geológicas” se a exploração de carvão fosse para a frente. Após uma reunião de gabinete na terça-feira, a Ministra da Informação, Monica Mutsvangwa, anunciou a proibição da mineração com efeito imediato. “Estão a ser tomadas medidas para cancelar imediatamente todas as licenças de mineração mantidas em parques nacionais”.

Mutsvangwa também anunciou a proibição da mineração ao longo da maioria dos leitos dos rios, uma decisão que vai afetar sobretudo e em pequena escala os mineiros de ouro locais e alguns chineses.

A China é um grande investidor no Zimbábue e um aliado próximo do Governo do Zimbabué. O país africano seguiu há muito tempo uma política de “olhar para o Oriente” para impulsionar a economia em dificuldades, após sanções impostas por potências ocidentais irritadas com o péssimo histórico de violações dos direitos humanos por parte do Governo do Zimbabué bem como o seu controverso programa de reforma agrária.

As empresas chinesas planearam explorar a mineração de carvão no parque Hwange através de uma joint venture com a companhia estatal Zimbabwe Mining Development Corporation.

A decisão de conceder direitos de exploração no maior parque do país sempre foi polémica e gerou protestos públicos, com a hashtag #SaveHwangenationalpark a tornar-se viral no Twitter no Zimbabué..

Os ambientalistas levantaram preocupações de que a mineração de carvão no parque devastaria a vida selvagem e afetaria negativamente o turismo – uma importante fonte de renda para o Zimbabué.

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