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Quinze autores portugueses entre os 54 finalistas do Prémio Oceanos de Literatura

Quinze escritores portugueses estão entre os 54 semifinalistas do Prémio Oceanos de Literatura, que distingue anualmente as melhores obras publicadas em língua portuguesa, e que conta ainda com 37 brasileiros, um moçambicano e um cabo-verdiano.

Os semifinalistas foram hoje anunciados numa sessão virtual, motivada pela pandemia da covid-19, e contou com a participação de Selma Caetano, na coordenação do Oceanos, e dos curadores Isabel Lucas (Portugal), Adelaide Monteiro (Cabo Verde) e Manuel da Costa Pinto (Brasil).

Nesta edição, entre 1.872 obras concorrentes, foram selecionados 22 romances, 22 livros de poesia, cinco livros de contos e cinco de crónicas, num total de 54 obras de três continentes, publicadas por 34 editoras.

Portugal, com 187 obras em competição, viu escolhidos sete romances, quatro livros de poesia, três de crónicas e um de contos. Com 1.649 livros a concurso, o Brasil destacou-se em 15 romances, 17 livros de poesia, quatro de contos e um de crónicas. Já os países africanos de língua portuguesa Angola, Cabo Verde e Moçambique, com 17 livros concorrentes, elegeram dois livros, um de poemas – cabo-verdiano – e um de crónicas – moçambicano.

De Portugal, foram selecionados os romances “A Imortal da Graça”, de Filipe Homem da Fonseca, “A Visão das Plantas”, de Djaimilia Pereira de Almeida, “Autobiografia”, de José Luís Peixoto, “O Beco da Liberdade”, de Álvaro Laborinho Lúcio, “O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça”, de Ana Margarida de Carvalho, “O Processo Violeta”, de Inês Pedrosa, e “Um Passo para o Sul”, de Judite Canha Fernandes.

Na poesia, foram selecionados “Fósforo e Metal sobre Imitação do Ser Humano”, de Filipa Leal, “Frentes de Fogo”, de A. M. Pires Cabral, “Giz Preto”, de Gonçalo Fernandes, e “O Quarto Rosa”, de Francisca Camelo.

“Obnóxio”, de Abel Barros Baptista, “Imagens Imaginadas”, de Pedro Mexia, e “Quotidiano Instável”, de Maria Teresa Horta, foram as crónicas portuguesas escolhidas pelos júris. “Todos Nós Temos Medo do Vermelho, Amarelo e Azul”, de Alexandre Andrade, foi o único livro de contos português selecionado como semifinalista do Oceanos.

De Cabo Verde, o autor José Luiz Tavares foi selecionado com a obra de poesia “Instruções para Uso Posterior ao Naufrágio” e, de Moçambique, Mia Couto tornou-se semifinalista com o romance “O Universo num Grão de Areia”.

Entre os 37 autores brasileiros semifinalistas, encontra-se Chico Buarque com “Essa Gente”, Márcia Barbieri com “A Casa das Aranhas”, José Rezende Jr., autor da obra “A Cidade Inexistente”, Joca Reiners Terron com “A Morte e o Meteoro”, Julián Fuks com “A Ocupação”, Paulo Dutra, autor de “Abliterações”, Betty Milan com “Baal: Um Romance da Imigração”, e Margarida Patriota, com “Cárcere Privado”.

Na sequência dos livros brasileiros selecionados surgem ainda “Agora Serve o Coração”, de Nei Lopes, “As Durações da Casa”, de Julia de Souza, “As Solas dos Pés de Meu Avô”, de Tiago D. Oliveira, “Carta à Rainha Louca”, de Maria Valéria Rezende, “Casa de Boneca para Elefantes”, de Patrícia Porto, “Cerração”, de Alexei Bueno, “Contos de Antes”, de Ana Vargas, “Deriva”, de Adriana Lisboa, “Isto Não é um Documentário”, de Marcos Ciscar, e “Janelas Abertas n.º 3”, de Liv Lagerblad.

“Esta Solidão Aberta que Trago no Punho”, de Dércio Braúna, “Estreitas Amplidões”, de Rejane Gonçalves, “Marrom e Amarelo”, de Paulo Scott, “Monstruário de Fomes”, de Ruy Proença, “O Homem Ridículo”, de Marcelo Rubens Paiva, “O Melindre nos Dentes da Besta”, de Carol Rodrigues, “O Que Resta Está Por Vir”, de Maria Carpi, “O Verão Tardio”, de Luiz Ruffato, “Pontos de Fuga”, de Milton Hatoum, e “Retratos com Erro”, de Eucanaã Ferraz, fazem também parte dos semifinalistas brasileiros.

A lista termina com as obras brasileiras “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, “Rosa que Está”, de Luci Collin, “Sombrio Ermo Turvo”, de Veronica Stigger, “Squirt”, de Telma Scherer, “Talvez Eu Tenha Morrido”, de Juba Maria, “Tudo Pronto para o Fim do Mundo”, de Bruno Brum, “Ulpiana”, de Bernadette Lyra, “Uma Furtiva Lágrima”, de Nélida Piñon, e “Véspera: Debris”, de Pedro Mohallen, um jovem de 24 anos, o mais novo semifinalista do Prémio Oceanos, segundo o curador Manuel da Costa Pinto.

Os livros inscritos foram lidos e analisados por um corpo de 88 profissionais de letras – entre professores de literatura, escritores, poetas e jornalistas – de seis países de língua portuguesa.

O júri intermédio irá analisar, entre este mês e novembro, os 54 semifinalistas para eleger os 10 finalistas, cabendo ao júri final avaliar os finalistas, entre novembro e o início de dezembro, para eleger os três vencedores.

O valor total do Prémio Oceanos soma 250 mil reais (cerca de 38,2 mil euros ao câmbio atual). O autor do livro vencedor receberá 120 mil reais, o segundo 80 mil reais e o terceiro 50 mil reais

O Prémio Oceanos conta com os patrocínios do Banco Itaú e da República de Portugal, o apoio do Itaú Cultural, responsável também pela governança do prémio, e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, além do apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

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