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Moçambique será “fornecedor de energia global”

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O financiamento de cerca de 15,8 mil milhões de dólares norte-americanos para o projeto de gás natural liquefeito da área 1 (GNL) em Moçambique assegura o futuro do país como fornecedor de energia globalmente significativo, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).

Em 15 de julho, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) divulgou um comunicado a confirmar que foi assinado um financiamento daquele montante para o projeto de GNL da Área 1, com um consórcio de 20 bancos e instituições financeiras.

A liderar o projeto está a Total, principal petrolífera francesa, que segue em frente apesar dos ventos negativos que surgem no horizonte, designadamente a “fraca procura global de GNL, a crescente insurgência na província de Cabo Delgado, no norte, o surto do novo coronavírus na Área 1 e a crise da dívida de longo prazo do país ”, lê-se no documento.

Em abril, a Total interrompeu as obras na Área 1, em resposta à propagação do vírus na região. O local, na península de Afungi, perto da cidade de Palma, em Cabo Delgado, tinha-se então tornado no epicentro da pandemia em Moçambique, com um grande número de casos confirmados. Os trabalhos foram entretanto reiniciados, com a petrolífera a apontar 2024 para o arranque da produção de GNL, como programado.

Em junho, o consórcio recebeu uma garantia de 2,25 mil milhões de dólares do Governo, em vez de uma contribuição imediata de capital da empresa estatal de petróleo e gás, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH).

De acordo com a EIU, “a questão em andamento do cumprimento, por Moçambique, no caso das dívidas ilegais, que restringiu o acesso ao crédito externo ao país, não inibirá o Governo de garantir o projeto da Área 1”.

“Este projeto assegura o futuro de Moçambique como fornecedor de energia globalmente significativo, envolvendo 25 mil milhões de dólares em investimento direto estrangeiro (IDE), uma quantia muito superior ao Produto Interno Bruto (PIB) atual do país (ronda os 14 mil milhões), e deve produzir receitas de cerca de 2 mil milhões de dólares/ano em exportações”, acrescenta a EIU.

Espera-se que a produção de gás ronde as 12,9 milhões de toneladas/ano, embora projetos de investimento futuros possam expandir a produção para até 50 milhões de toneladas anuais, ao longo de várias décadas.

A EIU estima que “o interesse comercial em Moçambique continue a crescer” e” o setor de gás provavelmente seja um dos principais fatores de crescimento e receita do Governo”pós-2024.

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