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EUA sancionam China acusada de violar direitos das minorias étnicas

Lusa

Os Estados Unidos anunciaram hoje a imposição de sanções contra vários dirigentes chineses, acusados de estarem ligados “a graves violações dos direitos humanos” das minorias étnicas na China, em particular dos uigures.

As sanções foram divulgadas em simultâneo pelo Departamento do Tesouro (equivalente ao Ministério das Finanças) e pelo Departamento de Estado (diplomacia).

Na nota emitida pelo Departamento de Estado, o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, referiu que os vistos de entrada para os Estados Unidos passam a estar proibidos para três altos funcionários do regime chinês e para as respetivas famílias na sequência de “abusos horríveis e sistemáticos” contra os uigures, mas também contra outras minorias.

“Os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados enquanto o Partido Comunista Chinês comete violações dos direitos humanos contra os uigures, os étnicos cazaques e os membros de outros grupos minoritários em Xinjiang, que incluem trabalho forçado, detenções arbitrárias em massa, controlo forçado da população e tentativas de apagar a sua cultura e fé muçulmana”, afirmou o secretário de Estado, no comunicado.

Predominantemente muçulmanos, os uigures (bem como os cazaques) são etnicamente distintos do grupo étnico maioritário da China, os chineses han, e constituem uma grande parte da população em Xinjiang, uma vasta região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e o Paquistão.

Os uigures, que falam na sua grande maioria uma língua relacionada com o turco, são um dos 56 grupos étnicos que existem no território chinês.

Entre os altos funcionários chineses agora sancionados encontra-se Chen Quanguo, o secretário do Partido Comunista para a região de Xinjiang, que é encarado como o mentor da política aplicada por Pequim às minorias naquele país.

A região de Xinjiang, que possui reservas significativas de gás natural, petróleo e outros recursos naturais, é um alvo importante dos interesses económicos chineses.

Os uigures representam um pouco menos de metade dos 25 milhões de pessoas que vivem na região de Xinjiang, um vasto território semidesértico no noroeste da China há muito atingido por ataques violentos, que Pequim atribui a elementos separatistas e islamitas.

A China tem sido acusada de concentrar minorias étnicas chinesas de origem muçulmana em campos de doutrinação e reeducação no extremo noroeste do território chinês.

As denúncias apontam para pelo menos um milhão de muçulmanos retidos nestes campos de reeducação política.

Pequim tem sempre rejeitado este alegado plano de “genocídio cultural” de minorias muçulmanas na China, alegando que estas instalações são centros de formação profissional, destinadas a ajudar a população a encontrar trabalho e a mantê-la afastada do extremismo e do terrorismo.

Mais recentemente, a China foi acusada de estar a submeter os uigures a esterilizações forçadas, no sentido de reduzir e controlar a natalidade desta população.

Na passada segunda-feira, um grupo de advogados representantes de elementos da minoria uigur no exílio apresentou uma queixa junto do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o Presidente chinês, Xi Jinping, e outros altos funcionários de Pequim por alegados crimes contra a Humanidade.

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