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A necessidade aguça o engenho

Filipa Caeiros RodriguesFilipa Caeiros Rodrigues*

Em pouco mais de seis meses o mundo, tal como o conhecíamos, mudou radicalmente. Por causa do novo coronavírus, todos os países (uns mais que outros é certo) foram obrigados a adaptarem-se a uma nova realidade, vislumbram-se mudanças profundas em diversas vertentes da sociedade, e alguns impactos não foram, ainda, calculados.

No entanto, tratando-se esta pandemia no maior desafio do século, até à data, quem disse que a Covid-19 só trouxe coisas más e desgraça ao mundo? Quem pensa assim, ainda não parou para olhar à sua volta…

A relativa diminuição dos níveis de poluição mundiais (atmosférica e aquática) resultante do confinamento de populações inteiras é um bom exemplo das consequências positivas da pandemia.

Mas há mais… as últimas crises têm criado grandes oportunidades à ciência, à tecnologia e à inovação, ou seja, a necessidade aguça o engenho. E, por isso, outra boa notícia é que o desenvolvimento das mais recentes tecnologias têm-se mostrado poderosas ferramentas para enfrentar os desafios que agora vivemos.

São muitas as novas soluções e produtos disponíveis, criados em tempo recorde, para auxiliar as pessoas e contribuir para tornar o mundo um pouco mais seguro, neste momento. E a ajuda das startups, da inteligência artificial, das novas tecnologias, da automação têm sido preciosas nas mais diversas áreas.

A Covid-19 mudou a nossa maneira de pensar. Forçou-nos a enfrentar o problema e a focar na sobrevivência, bem como nas soluções necessárias, dando um empolgante impulso à inovação.

É caso para dizer que a pandemia tem estimulado as mentes mais criativas em todas as áreas da saúde. Algumas soluções já estão a ser utilizadas, outras estão em fase de testes, e outras ainda encontram-se em fase de implementação. Falo de aparelhos Raio-X portáteis evitando que pacientes circulem pelo hospital, de novos ventiladores para tratamento de pacientes graves de produção rápida e a baixo custo, testes rápidos de diagnóstico à covid-19, luzes ultravioleta para esterilização de grandes áreas hospitalares, filtros para transformar o ar infectado de vírus e bactérias em ar puro, softwares para a prestação de serviços de telessaúde e consultas médicas virtuais, além das incríveis investigações (supersónicas) em curso para se encontrar medicamentos eficazes ao tratamento e uma vacina de prevenção da doença. 

Na área da gestão do quotidiano das pessoas e para se criarem novos hábitos à não propagação do vírus foram desenvolvidos, por exemplo, dispositivos que apitam e lembram os utilizadores que não devem tocar no rosto ou monitorizam o distanciamento social necessário, máscaras de proteção para deteção da presença do vírus nas gotículas expelidas pela tosse ou espirro, um algoritmo que funciona a partir da visão de computador para medir e sinalizar a temperatura da população, uma panóplia de aplicações móveis, tais como a SandSpace que informa o utilizador em tempo real sobre a lotação das praias.

O isolamento social criou também a necessidade de melhorar a robótica e a oferta de drones para fazer face ao transporte e à entrega das compras realizadas online, e onde não deve haver contacto humano para evitar a expansão do vírus.

No início da crise achámos que, ultrapassado o pior, seria possível voltar aos bons velhos tempos. A Covid-19 mudou a nossa maneira de pensar. Forçou-nos a enfrentar o problema e a focar na sobrevivência, bem como nas soluções necessárias, dando um empolgante impulso à inovação.

Nada será de facto como antes e o setor da Inovação e Tecnologia, além de ter conhecido avanços surpreendentes nos últimos seis meses, terá um papel fundamental a desempenhar na sociedade e na economia  da era pós-pandémica.

*jornalista do Plataforma

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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